16 de ago. de 2015

YES - "At The Mesa Arts Center" - 2015

Recentemente perdemos Chris Squire, baixista do Yes, que passou para um plano mais elevado deixando órfãos uma legião de fãs espalhados pelo planeta e que até o momento, aparentemente ainda não se conformaram com tamanha perda, pois passado uns quarenta e cinco dias da data fatídica, as manifestações de carinho e apreço pelo músico não param nas redes sociais. 

Esta resenha não se trata de uma homenagem póstuma de forma alguma, tendo em vista que sou radicalmente contra este tipo de manifestação, pois não há coisa pior do que a criação, evocação e adoração de um “mártir”, portanto minha homenagem é direcionada a ele, apenas como reconhecimento por toda uma vida dedicada ao rock.

Acredito que ele tenha sido um dos maiores, senão o maior baixista da história do rock em todos os tempos, pois ele teve a capacidade de elevar a categoria de seu instrumento que normalmente é considerada como um coadjuvante para o centro dos holofotes, tendo em vista o modo único de manipulá-lo com sua técnica inigualável.


Fora isto, tinha uma capacidade de criação muito grande, muito além da média, sendo um dos mentores intelectuais de tudo de bom que rolou dentro do Yes, mesmo nos momentos mais solitários e difíceis que banda passou ao longo destas mais de quatro décadas de dedicação ao rock.

Ele é o autor de um álbum solo absolutamente perfeito e fantástico, intitulado “Fish out of Water” lançado em 1975, onde seus dotes de vocalista foram revelados em suas músicas de consistência complexa e sofisticada que o levaram merecidamente ao 69º lugar do “Billboard Pop Albuns” e 25º lugar no “UK Albuns Chart” em 1976, apesar de ser um álbum progressivo até a alma.

Sua presença no palco era simplesmente carismática do alto de seus quase dois metros de altura que tive a oportunidade de assistir em duas ocasiões, sendo uma em 1985 no primeiro “Rock in Rio” e anos depois, em 1999 no “Olympia” em São Paulo e nas duas ocasiões seu vigor ao empunhar seu baixo foi percebido claramente.

Provavelmente o álbum, “At The Mesa Arts Center”, lançado no princípio de agosto deste ano, seja um dos últimos ou mesmo o último registro da presença de Chris Squire à frente da banda, composto originariamente por dois CDs e um DVD com a integra do show.

Este show é feito literalmente em cima de dois álbuns altamente emblemáticos e legendários, “Close To Edge” e “Frigile” que dispensam maiores apresentações dada a sua longevidade, lirismo e poesia que contagiam até hoje os velhos dinossauros do rock e suas proles mais recentes.

As músicas foram executadas com alto padrão de qualidade que é exigido dada a complexidade e sofisticação de seus arranjos, portanto cabe ressaltar o esforço hercúleo de Geoff Downes e Jon Davison, pois não é uma tarefa nada fácil estarem substituindo duas lendas vivas do rock (só para lembrar: Rick Wakeman e Jon Anderson respectivamente) com tamanha dignidade.

Há tempos atrás já havia feito algum comentário a respeito da velocidade de execução de alguns trechos de música que aparentemente estão um pouco mais lentos e neste álbum, continuo a ter esta mesma sensação, mas isso é apenas uma demonstração de minha personalidade rabugenta, dada a minha elevada longevidade, portanto, não deem crédito ao que disse e aproveitem muito este álbum, pois ele é muito bom, bom não, é ótimo!!!

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

YES:
Chris Squire / bass
Steve Howe / guitars
Alan White / drums
Geoff Downes / keyboards
Jon Davison / vocals

Tracks:
Disc: 1
01. Close To The Edge
02. And You And I
03. Siberian Khatru
Disc: 2
01. Roundabout
02. Cans and Brahms
03. We Have Heaven
04. South Side Of The Sky
05. Five Per Cent For Nothing
06. Long Distance Runaround
07. The Fish (Schindleria Praematurus)
08. Mood For A Day
09. Heart Of The Sunrise


2 comentários:

  1. E aí Gustavo! Eu convido você a comentar, passa por meu post, e só desta vez.
    Saludos!

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