21 de mar. de 2015

FISH - "Gone Fishing - Leamington Spa Convention" - 2012

Tem um bom tempo que não escrevo absolutamente nada sobre Derek William Dick, sim, o Fish (ex-Marillion) e, como hoje dei de cara com esse álbum, o motivo que eu precisava estava arrumado e ainda por cima, como é um álbum gravado a partir de um show, lançado em 2012, intitulado, “Gone Fishing -Leamington Spa Convention”, foi o combustível suficiente para começar a resenhar o álbum.

O detalhe é que eu estou escutando este álbum pela primeira vez enquanto vou escrevendo, portanto, logo na primeira faixa, “Script For A Jester's Tear”, fui surpreendido pela voz de Fish muito rouca e em um tom bem abaixo do que normalmente ele canta, bem como um pouco mais lenta que o normal.

Fato, nem tudo são flores e com Fish não esta sendo diferente, pois sua voz está muito abatida, nem tanto pela sua idade, que deve estar em torno de uns cinquenta e cinco anos ou mais, mas muito provavelmente pela forma agressiva que usou sua voz ao longo de mais de trinta anos de palcos e estúdios de gravação, portanto, não é de se estranhar que sua voz não seja a mesma.

Este triste fenômeno não tira o mérito deste álbum, que está repleto de clássicos de sua época junto ao Marillion (que saudade!!), suas próprias criações, das mais antigas até algumas do último álbum, “A Feast Of Consequences” e como sempre muito bem acompanhado de músicos de primeiríssima categoria.

É possível perceber facilmente que as músicas de seu último álbum (muito bom por sinal), foram ajustadas especialmente para seu atual timbre vocal, portanto o que se escuta está em perfeita sintonia e não é possível detectar a sua perda vocal que é evidente.

Entretanto, quem um dia foi “Rei”, não perde a "Majestade" nunca, pois audaciosamente Fish e sua banda, interpretaram na íntegra a música, “Grendel”, para mim a melhor música do Marillion em todos os tempos, dada a sua complexidade musical, mas não esperem um “revival Marilliano”, pois não é isso que acontece.

Mas só pelo fato da música ter sido escalada, o que por si só é um problemão para os demais músicos, pois esta música não é nem um pouco fácil de ser executada (Frank Usher de um show com sua guitarra), foi muito bem recebida pelo publico que não é tão somente fã do Marillion, mas principalmente fã de Fish, que cada vez mais está perto de seu público.

Além de “Grendel” e Script For A Jester's Tear, outras músicas como, “He Knows You Know”, “Jigsaw”, “Freaks” e “Market Square Heroes” complementam o show com clássicos do Marillion que são intercaladas com seus próprios clássicos mais conhecidos, como, “Lucky”, “Internal Exile”, “The Company” e outras que garantem a qualidade deste show.

Por tudo que Fish já fez pela música, junto ao Marillion e fora dele, merece o meu total respeito e admiração, portanto se hoje sua voz não vibra mais como anteriormente e se não é mais possível atingir um determinado agudo, isso pouco importa, seu legado para a história do rock é inestimável, considero-o uma lenda viva e como tal deve ser respeitado, portanto sem medo de estar errando, recomendo este álbum a todos. 

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!


Musicians
Gavin Dickie / Bass (9-16)
Steve Vantsis / Bass (1-8)
Gavin Griffiths / Drums
Frank Usher / Guitar
Foss Patterson / Keyboards
Fish / Vocals


Tracks:
CD1

01. Script For A Jester's Tear
02. Long Cold Day
03. Innocent Party
04. He Knows You Know
05. Square Go
06. Feast Of Consequences
07. Other Side Of Me
08. Dark Star
09. Pilgrim's Address


CD2
01. Jigsaw
02. Freaks
03. Lucky
04. Internal Exile
05. Market Square Heroes
06. Grendel
07. The Company




11 de mar. de 2015

OMEGA - "Oratórium" - 2013

Eu sempre fui muito fã do “Omega”, mas depois de escutar este álbum, “Oratórium” lançado em 2013, eu passei incondicionalmente a ser um fã de carteirinha, pois nunca tinha visto e/ou ouvido tanta grandiosidade musical executada de forma tão Franciscana, ou seja, com simplicidade e isto pode ser observado nos vídeos abaixo.

Antes até de tecer algum comentário sobre este álbum, acredito que seja prudente dar uma pequena ideia das origens do “Omega”, uma banda de rock da Hungria, mais precisamente de Budapeste, formada no final do ano de 1962, tendo como inspiração inicial a música dos Beatles e posteriormente das bandas de rock psicodélico.

O primeiro álbum, “Trombitás Frédi és a Rettenetes Emberek” foi lançado em 1968 e desta data até 1975, foram lançados um total de dez álbuns, onde o estilo predominante da banda era a fusão do Pop com o Rock’n Roll convencional e o sucesso foi tanto, que alguns álbuns tiveram as músicas cantadas na língua Húngara e em Inglês.

Catedral de Szegedi
Entre 1976 e 1987, influenciados pela música do Pink Floyd e do Eloy, lançaram mais onze álbuns, entretanto, houve um hiato de uns oito anos, com a dissolução da banda por problemas de ordem criativa, reunindo-se novamente em 1995, para o lançamento do álbum, “Trans And Dance”, e atém onde consegui apurar lançaram neste período mais nove álbuns de estúdio, mantendo-se na ativa até hoje.

“Oratórium” pode ser encarado como uma agulha num palheiro de mil hectares cúbicos, pois fazer este tipo de música nos dias de hoje para quem não é familiarizado pode parecer até um ato de suicídio musical, entretanto, certamente podemos encarar este álbum como um ato de coragem.

Tendo como pano de fundo o lindíssimo som do órgão de “László Benkő”, aliás, membro fundador da banda junto a “János Kóbor”, a instigante voz do Omega, mais uma pequena orquestra e coro, juntos produziram um dos álbuns mais significativos que escutei nos últimos vinte anos, deixando muita banda tradicional e conhecida para trás.

Igreja de Debreceni
Interessante que todas as músicas cantadas, estão na língua nativa, isto é, não é possível entender o que é dito (pelo menos para mim), mas isso de forma alguma tira o encanto que estas músicas produzem ao serem ouvidas, chegando a emocionar de verdade.

Esta percepção me faz pensar que a música é uma linguagem universal que tem o dom de atingir os nossos mais profundos sentimentos mesmo quando não temos o conhecimento de seu significado direto, pois mesmo as músicas que são mais cantadas, tendo como apoio uma leve instrumentação, chamaram muito a minha atenção.

É o tipo de álbum que dá para deixar o som rolar da primeira à última faixa sem o menor constrangimento e dentre estas músicas destaco, “Ne legyen”; “En elmegyek”; “Boldog angyalok”; “Koncert a Mennyben” e “Az egben lebegok csarnoka”, mas tenham fé que as demais músicas também são muito boas.

Os vídeos postados abaixo dão uma dimensão muito interessante e esclarecedora sobre as músicas deste álbum que consequentemente viraram um belíssimo show dentro da Catedral de Szegedi, localizada nos arredores da cidade de Szeged e também na grande Igreja de Debreceni na cidade de Debrecen em mais uma lição de cidadania e educação dada por um país do Leste Europeu, portanto, o convite a estes vídeos e ao álbum de estúdio está feito.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!

Musicians:
János Kóbor / lead and backing vocals
László Benkő / keyboards
Ferenc Debreceni / drums and percussion
Zsolt Gömöry / keyboards
Tamás Szekeres / guitar
Kati Szöllössy / bass
Orchestra Nyíregyházi Cantemus Kórus / choir

Tracks:
01. Les Preludes - Nyitány (F. Liszt) (0:46)
02. Hajnal a város felett (5:46)
03. Egy életre szól (4:35)
04. Boldog angyalok (5:19)
05. A legenda (4:57)
06. Az éjszakai országúton (3:34)
07. Ne legyen (5:30)
08. Ballada a fegyverkovács fiáról (4:04)
09. Álmod őrzi egy kép (3:15)
10. Én elmegyek (5:27)
11. Megszentelt világ (5:32)
12. Szállj le hozzánk angyal (Ördögi cirkusz) (4:27)
13. Koncert a Mennyben (4:15)
14. Egy új nap a Teremtésben (4:26)
15. Az égben lebegők csarnoka (2:40)
16. Les Preludes - Finálé (F. Liszt) (0:58)



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