5 de jan. de 2015

YES - "Like It Is - Yes at the Bristol Hippodrome" - 2014

Passada a ressaca das festas de Ano Novo, novos projetos vão surgindo, a mente fica aberta para novas experiências, portanto, vamos encarar logo na primeira resenha do ano, um leão, que só por sua raça merece respeito, mas principalmente por seu nome, “Yes” e por que ele tem uma nação de seguidores fanáticos (no bom sentido) da qual eu faço parte, então todo cuidado é pouco na hora dos comentários.

Para hoje temos o álbum, “Like It Is - Yes at the Bristol Hippodrome”, lançado no final de 2014, com a íntegra dos álbuns, “Going For The One” e “Yes Album”, aliás, duas excelentes escolhas, mas confesso que fiquei intrigado com a ausência do álbum, "Close to Edge" que fazia parte desta turnê, bem como a apresentação de alguma música de seu mais recente álbum de estúdio, “Heaven & Earth”.

Não que eu quisesse escutar alguma música deste novo álbum, mas que é estranho é, pois em geral as bandas sempre experimentam alguma faixa para sentir a receptividade de um novo trabalho e também pela proximidade de seu lançamento que aconteceria pouquíssimos meses depois deste show, mas de todo modo, este novo álbum (ao vivo) tem alguns momentos interessantes que nos remetem ao passado brilhante que tão bem foi construído.

Entretanto tem uma coisa que me incomodou muito, pois ao que parece, algumas músicas se apresentaram em um compasso mais lento que o normal, então para quem acompanha a banda há muito tempo (no meu caso desde a década de setenta) e com essas músicas muito bem sedimentadas no meu consciente musical, soa um tanto estranho esta baixa velocidade.

A rigor as músicas apresentadas foram executadas de forma estritamente protocolar, sem brilhantismo, o que me leva há fazer algumas reflexões, pois se são facilmente perceptíveis algumas diferenças no modo de interpretar estas músicas, será que isto acontece por causa direta da nova formação, e ai leia-se a entrada de , Geoff Downes e Jon Davison ou se os músicos remanescentes da formação clássica, que já estão com idade avançada, perto da casa dos setenta anos (o que não é problema algum) e a destreza e a concentração já não são os mesmos ou se simplesmente estão de saco cheio de se apresentar e por conta disto estão mais lentos mesmo???? Ou mesmo as duas afirmações em conjunto????  Ou nenhuma das afirmações anteriores e seja qualquer outro fenômeno que ainda não tenhamos percebido????  Que coisa complicada!!!

Isto tudo me leva a outra reflexão, um pouco mais séria e profunda sobre o tema, “Quando é o momento certo para parar?”, pois realmente é um momento muito difícil e complexo de ser analisado e depurado para uma posterior tomada de decisão, que não só mexe com os envolvidos diretos por conta de questões pessoais, filosóficas e comerciais, mas no caso de uma banda de rock, envolve também o emocional dos ardorosos fãs, que no caso do Yes, não são poucos e só em pensar nesta possibilidade, confesso que dá certa depressão.

Acredito que estas reflexões são válidas e pertinentes, pois após mais de quatro décadas de serviços prestados em nome da música, os sinais de cansaço da banda são perceptíveis, o que é muito natural e com certeza os fãs da banda desejam um final digno e a altura da grandeza que o Yes atingiu ao longo de sua brilhante trajetória, portanto só nos resta esperar que com sabedoria os músicos encontrem o melhor momento para encerrar suas atividades.

Cabe ressaltar que nos últimos tempos, talvez esta seja a melhor formação que o Yes teve, pois a evolução técnica de Geoff Downes é surpreendente  e o seu esforço para ocupar a posição de Rick Wakeman é evidente e ao jovem vocalista, Jon Davison, coube a não menos difícil tarefa de ocupar a posição de Jon Anderson e dentro de seus limites, está fazendo um trabalho muito digno e consistente.

Os demais músicos dispensam qualquer tipo de comentários por razões obvias e se estão um pouco mais lentos ou não, isso pouco importa, pois já fazem parte da história do rock, portanto fica o convite para a audição do álbum, “Like It Is - Yes at the Bristol Hippodrome”.

RECOMENDADO!!!!

Musicians
Steve Howe / Electric Guitar, Acoustic & Steel Guitars, Backing Vocals
Chris Squire / Bass Guitar, Backing Vocals
Alan White / Drums, Percussion
Geoff Downes / Keyboards, Computer Programming
Jon Davison / Lead & Backing Vocals, Acoustic Guitar


Tracks:
CD 1:

01. Going for the One
02. Turn of the Century
03. Parallels
04. Wonderous Stories
05. Awaken
CD 2:
01. Yours Is No Disgrace
02. Clap
03. Starship Trooper
04. I've Seen All Good People
05. A Venture
06. Perpetual Change




9 comentários:

  1. Caro Gustavo, obrigado pelo album. Mas gostei mesmo do nome do arquivo: "Chewbaca..."

    Abraços

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    1. Java, meu velho....

      O nome é para dificultar o trabalho de nosso detratores americanos......

      Valeu pela presença.......


      Abraços,

      Gustavo

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  2. Te digo com certeza, pela profissão que exerço, que 70 anos faz toda a diferença SIM. Não só nos reflexos, na percepção do exterior, a parte cognativa. Achar que uns caras nessa idade possam fazer o mesmo que faziam qdo tinham 20-40 anos não tem como.
    Parar já deveriam ter feito há muito. Essa formação com um vocalista tentando emular o Jon Anderson dos anos 70 é quase que vexatório: Jamais conseguirá e mesmo que conseguisse, o som da banda não é mais o mesmo.
    Eu não baixei, mas o compasso deva ser o mesmo, mas a duração das notas deva ser mais longa. Assim vc põe menos notas dentro do andamento. Menos notas, menos agilidade, menos técnica, menos esforço físico para conseguir.
    Veja o som do EL&P de hoje. Keith Emerson não coloca a metade de notas e acordes que outrora punha. E é evidente que a culpa não é do Palmer, que ainda esbanja saúde.
    No clipe de Starship, no post, se vê claramente a limitação do Alan White, que parece estar tocando numa banda de churrascaria, apenas "marcando o ritmo".
    Isso é da idade, e se eles não querem parar, que fiquem por ai pagando mico, tocando em Navios, Convenções, para um público que envelheceu junto a eles. Daqui a pouco vão estar tocando em Casinos.

    Gde Abraço

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    1. É triste, mas é a verdade. Nada a acrescentar.
      Saddam, aquele que confronta

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  3. Assisti a um show dessa turnê, em que tocaram na íntegra Close to The Edge, The Yes Album e Going For The One (nessa ordem), tendo como bis a "inevitável" Roundabout.
    Logo de cara, na introdução de Close to The Edge eu vi que iria sofrer... Geoff Downes pode ser um ótimo tecladista do Asia, mas não coube, não cabe, nem nunca caberá no Yes - talvez ele seja muito amigo dos outros caras, sei lá...
    Todas as minhas decepções foram causadas unicamente por ele, com toda a sinceridade.
    Jon Davison é esforçado, tem na voz um timbre muito parecido com o do outro Jon, o Anderson, tanto que se fecharmos os olhos a coisa pode até ser esquecida, mas a postura de Davison no palco é o que se deixa a desejar, realmente, dada a sua quase que completa falta de carisma. Vi um show do Jon Anderson há não muito tempo, também, e posso dizer que ele também já não soa como ele mesmo - afinal, seu instrumento, a voz, é o que mais fácil se degenera com o tempo, mas o meio-elfo/meio-hippie continua batendo um bolão, apesar dos pesares e das muitas cirurgias. Voltando ao Yes, Davison, ao menos para mim, não decepcionou - e ouvi muita gente comentando favoravelmente o magrelo.
    Steve Howe sempre viveu num mundo à parte, e lá ele continua - quase não interage com a banda, quase nunca se empolga e sempre faz suas caretas (principalmente quando toca o slide). De um bom tempo pra cá ele vem simplificando seu modo de tocar, o que não quer dizer que ele toque simples (hehehe...); ainda erra umas e algumas vezes, mas nada que se faça tão indigerível. O público sempre o aplaudirá, como se fosse um deus.
    Chris Squire também é o mesmo de sempre - impecável. Só mudou mesmo fisicamente, mas já estamos acostumados com isso, ou não? Usou um instrumento de 3 braços (dois baixos e uma guitarra) e trocou de baixo muitas vezes, mas é com o seu velho Rickenbacker cor-de-creme que ele mostra quem realmente é. E ainda continua mandando muito bem nos vocais.
    Agora, meu caro, Alan White, com todo o peso da idade nas costas, não fica nada a dever ao cara que substituiu o totalmente excelente Bill Brufford lá nos idos dos anos 70. Simplesmente fantástico! Vê-lo esmurrando a bateria depois de quase 3 horas de show, com um puta sorrisão na cara, bem, só isso já valeria o ingresso. (Depois, no camarim, quando fui pedir autógrafos, ele ainda me confessou ser torcedor, de verdade, do Flamengo, daí pra frente poderíamos até virar amigos!! rsrsrs).
    Algumas músicas pareciam mesmo estar desaceleradas (Close to The Edge - que teve muitos problemas de som, principalmente do teclado -, Turn Of The Century, Parallels...) e outras uma pouco mais aceleradas (Starship Trooper, Perpetual Change, Siberian Khatru), mas isso é de se esperar em shows, não dá pra ser perfeito o tempo todo ao vivo.
    A gente costuma ser bem cricri, crítico mesmo, com nossas bandas do coração, mas não é fácil pros caras, o público sempre vai querer vê-los tocar as mesmas músicas de sempre; agora, se nos pormos em seus lugares, quem teria saco de ficar tocando as mesmas músicas por mais de 30, 40 anos? Ainda mais sem ter nelas qualquer tipo de novidade? Ser músico tem seu ônus...
    O show poderia ter sido melhor? Provavelmente, mas ao menos tocaram com sinceridade e mostraram vários momentos de genialidade, o que é muito mais do que se pode dizer de muuuuuuitas bandas por aí.
    Se não houvesse público, eles não fariam mais shows.
    E a idade nos ajuda a não nos vermos tão seriamente.
    Eu só gostaria que eles lançassem bons discos, porque o último é decepcionante... Mas isso é outra história...
    Grande abraço!

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    1. Hey Maddy Lee, how are you?
      Steve Howe is the best. He's a ugly man. But the old man Howe plays... no error.

      My friend, have you Secret cinema Dreamin' of my past?

      Cheers Maddy Lee and master Gustavo.

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  4. Amigos,

    O "Yes" não é mais o mesmo e nem poderia ser diferente, pois com mais de quatro décadas na estrada, os sinais esgotamento performático não poderia ser outro por razões óbvias....

    Todos sem exceção sempre foram e sempre serão grandes músicos, provavelmente os melhores que já vimos.......

    Uma coisa é inegável, a falta que Anderson e Wakeman fazem ao Yes......, pois fica faltando alguma coisa que necessariamente nem vem da parte musical, é alguma coisa de espírito, pois a aura da banda muda visivelmente.......

    Nós somos muito exigentes e isto é um fato, portanto querer receber da banda algo que ela não tem mais a oferecer, acaba por não ter muito sentido, portanto o que ela pode oferecer no momento está sendo servido, basta o usuário se adaptar às novas condições........

    Um forte abraço em todos,


    Gustavo

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    1. Meu caro, eu pessoalmente não tenho os arquivos em flac, e aliás, tenho pouca coisa em flac, entretanto vou dar uma vasculhada na net e se encontrar algo, eu posto aqui. Fique atento.

      Um feliz 2019 para você e a família.

      Abraços,

      Gustavo

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