1 de nov. de 2014

SOLARIS - "Marsbéli Krónikák II (Martian Chronicles II)" - 2014

Conforme já havia comentado na resenha anterior, simplesmente postar por postar, perdeu a graça para mim e só algo que realmente valha a pena pode me tirar do exílio e eu confesso que estou sempre na torcida para que isso aconteça.

Graças a Deus isso acabou por acontecer, por obra de uma das bandas de rock progressivo que eu mais admiro o “Solaris”.

Produziram uma lindíssima continuação para as “Crônicas Marcianas”, intitulada originariamente de “Marsbéli Krónikák II” em pleno século vinte um, com todos os requintes e grandeza que o rock Húngaro sempre oferece.

Apenas para recordar, “Marsbéli Krónikák” foi lançada pelo Solaris no ano de 1984 e assombrou o que restava do mundo do rock progressivo que a esta época já era considerado como uma música do passado, uma vez que havia sido engolida por diversos movimentos musicais passageiros.

Attila Kollár
A chama musical para esta banda continuava acesa e por conta de iniciativas como esta, o rock progressivo continua tão vivo hoje como foi em seu auge nos anos setenta, inclusive influenciando outros movimentos musicais.

Trinta anos depois, praticamente com a mesma formação e com alguns convidados especiais, o Solaris está de volta, tendo que enfrentar seu maior desafio e audaciosamente fazer uma continuação digna para uma peça tão complexa e sofisticada como “Marsbéli Krónikák”.

Esta continuidade é o equivalente a voltar ao passado, escutando a música do presente, ou seja, não tem aquela sensação de “naftalina” no ar, pois como de costume na música do Solaris, o que impera é o esmero musical, constituído de intrincados enredos que vão se associando uns aos outros, criando cenários absolutamente espaciais que fatalmente nos levam a uma viagem musical.

Róbert Erdész
Para quem já conhece o Solaris, fazer qualquer comentário sobre a qualidade performática de seus músicos e chover no molhado, entretanto eu não posso me furtar do direito de enaltecer mais uma vez estes músicos, pois o tempo só os deixou-os mais virtuoses do que foram no passado.

Attila Kollár, um mestre em sua flauta transversa, a manuseia como se Rick Wakeman estivesse frente ao seu Moog de “estimação”, mais parecendo que os dois conversam quando estão em ação, o mesmo acontecendo com Attila e sua flauta.

Róbert Erdész continua brilhante à frente de seus teclados, com a mesma serenidade e maestria, dosando na medida certa suas intervenções que costuram os demais instrumentos dando unidade à música.

Csaba Bógdan
Csaba Bógdan é outro músico que o tempo lhe foi favorável e sua guitarra continua tão afiada como uma espada de um samurai, pois são golpes cortantes e contundentes que saem de suas cordas nos momentos em que está solando.

Compondo a cozinha da banda, Lázló Gömör, Attila Seres e Ferenc Raus, simplesmente dão estrutura e o suporte necessário à formação da espinha dorsal da banda, tornando as coisas muito simples de serem conduzidas, dada a qualidade musical aderida que todos possuem.

Assim como Pink Floyd está aproveitando algumas gravações antigas para seu tão esperado álbum “Endless River”, o Solaris também usou do mesmo artifício, pois István Cziglán e Tamás Pócs configuram nos créditos como “archive's records”, o que não é problema algum, pois não compromete a qualidade do trabalho.

Diversos músicos foram convidados para participar deste trabalho e dentre eles temos, Tamás Erdész, Balázs Szendőfi, Péter Gerendás, Ferenc Muck, Zuzsa Ulmann, Edina Mókus Szirtes e Tünde Krasznai, dividindo-se entre os vocais, violino, sax, baixo e guitarras para complementar o elenco de músicos.

Finalizando, não esperem de “Marsbéli Krónikák II”, aquela chuva de sintetizadores frenéticos que desde os primeiros acordes já se faziam presentes, entretanto, é possível esperar uma viagem musical e espacial para vislumbrar paisagens mentais advindas do equilíbrio obtido pela maturidade musical da banda que adequou sabiamente a continuação das suas “Crônicas Marcianas” para os dias de hoje.

RECOMENDADÍSSIMO!!!!

SOLARIS:
Attila Kollár - flute, percussion, whistle
Róbert Erdész - keyboards
Csaba Bogdán - guitars
László Gömör - drums, percussion
Attila Seres - bass
Ferenc Raus - drums


Archive's records:
István Cziglán - guitars
Tamás Pócs - bass 


Guest Musicians:
Tamás Erdész - guitars
Balázs Szendőfi - bass
Péter Gerendás - guitars
Ferenc Muck - sax
Zsuzsa Ulmann - vocals
Edina Mókus Szirtes - vocals, violin
Tünde Krasznai - vocals


Tracks:
01. Martian Chronicles II Suite (22:26)
      a/ 1st Movement (6:12)
      b/ 2-6th Movement (12:44)
      c/ 7th Movement 3:30
02. Voices from the Past/ movement 1st (2:05)
03. Voices from the Past /movement 2nd (5:33)
04. The World without us (4:03)
05. Pride of Human insect (3:04)
06. Impossible, 'We are Impossibility in an impossible Universe' Ray Bradbury (4:12)
07. Alien (4:03)


4 comentários:

  1. Excelente postagem Gustavo, baixando...

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    1. Valeu meu velho..... espero que goste.....


      Abraços,

      Gustavo

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  2. Solaris já esteve no Brasil, no Rio Art Rock de 12/set/1996. Além de Crônicas Marcianas, tenho conhecimento de outros dois álbuns, Solaris de 1990 e Nostradamus em 1999. Nostradamus também é um álbum que merece aplausos, ainda mais considerando o ambiente musical no qual foi produzido.
    Saber do lançamento deste novo álbum foi uma grata surpresa, Gustavo, muito obrigado por compartilhar e divulgar. Já baixando...
    Bela resenha!
    Abraços a todos

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    Respostas
    1. Ricardo,

      O Solaris tem uma curta discografia, entretanto é uma das mais sólidas e consistentes que já tive contato......

      Todos os álbuns são muito bons....... e este não foi diferente dos demais......

      Valeu por suas palavras....

      Abração,

      Gustavo

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