4 de mai. de 2014

MARILLION - "Radiation" - 1998

Passado o Tsunami de emoções que vivemos intensamente nos últimos tempos, veio a calmaria, portanto chegou a hora de voltar a botar os velhos e cansados neurônios para trabalhar um pouco e nada melhor para isso do que desafiá-los com algo instigante, fora da zona de conforto, então o meu velho e amado Marillion mais uma vez, será a minha fonte de inspiração.

Apenas um detalhe, nada de “Fish” desta vez, pois senão não seria um desafio, seria um passeio em um Parque da Disney e para fugir do lugar comum, aleatoriamente sorteei um dos diversos álbuns da “Era Hogarth” que tenho e o vencedor deste sorteio foi o álbum “Radiation”, por sinal "um puta” álbum.

A princípio isso vai parecer mais um papo de “doidão” ou coisa parecida, mas o fato é que eu tenho este álbum desde o seu lançamento e mal o escutei sequer uma única vez, portanto para mim ele é agora um lançamento de 2014, mesmo tendo sido lançado há uns bons 16 anos.

É um fenômeno praticamente inexplicável, pois os membros da banda são os mesmos, apenas mudando o vocalista, que também é muito bom e prova disto é que está no grupo até hoje, então, tentando dar uma explicação bem primária ao caso, eu chego ao simples “preconceito” sem fazer muita força, agregado a certa dose de saudosismo “barato” em relação ao rock progressivo dos anos setenta, que eu adoro, admito, uma vez que, os álbuns iniciais do Marillion com Fish, sem a menor cerimônia, deram um “foda-se” literal para as tendências musicais dos anos oitenta e indo na contramão da história, marcaram seu território e formaram uma imensa legião de fãs.

Aparentemente tudo ia muito bem até que de uma hora para outra, eu vejo uma das minhas bandas prediletas, trocar Fish por Hogarth, pensei: “que porra é essa???”, lógico, na época foi um banho de água fria e por conta do preconceito, eu estou atrasado pelo menos há uma década e meia em relação aos trabalhos da banda, mesmo tendo adquirido praticamente todos os álbuns de estúdio, pois permanecem intocados.

A rigor, meu ato não é uma implicância gratuita com o Marillion e/ou Hogarth, tendo em vista que eu já fiz isto até com o “YES” e seu álbum “Open Your Eyes”, sendo apenas um mau hábito que tenho em botar na geladeira e esquecer por um bom tempo uma banda ou um álbum que a princípio me parece “suspeito”.

Deixando a verborragia de lado, vamos ao que interessa que é dar uma pequena dissecada no excelente álbum, “Radiation”, lançado em 1998, tendo como atrativo extra, a voz de Steve Hogarth, que agora desprovido de qualquer sentimentalismo, sou obrigado a reconhecer que se ajustou perfeitamente a nova proposta musical da banda e que com sua inclusão, o Marillion distanciou-se definitivamente e por completo dos padrões musicais setentistas, passando a adotar uma postura musical mais moderna e adequada às novas tendências que exigem menos firulas e solicitam mais emoção, aproximando o artista de seu público.

Sem medo de ser feliz, posso assegurar que apenas a introdução da música “Cathedral Wall”, já valeria o álbum todo e ele está repleto de excelentes músicas que por pura arrogância e prepotência, deixei para trás e só agora estou me deliciando com elas, entretanto, como sou muito otimista, acredito que possa viver mais uns cinquenta anos se assim Deus quiser, portanto não vai faltar tempo para correr atrás do prejuízo deste e de outros álbuns do Marillion.

Caracteristicamente o Marillion sempre primou muito pela parte instrumental e neste álbum não foi diferente, pois os arranjos são extremamente complexos e sofisticados, obrigando os músicos a chegar ao limite da capacidade, ou seja, o produto final é música de altíssima qualidade.

Outra música em destaque neste álbum é a versão “Big Beat Mix” de “Memory of Water”, do álbum anterior a este, "This Strange Engine", simplesmente sensacional e envolvente, que gruda no cérebro com “Super Bonder”, difícil de escutar apenas umas dez vezes seguidas. 

Não para por ai, tem muito mais e apenas para não me alongar muito, vou destacar também as músicas, “Under The Sun”; “The Answering Machine” e “Three Minute Boy”, riquíssimas em conteúdo, o que é muito difícil de escutar hoje em dia.

Como é um álbum de catálogo e de fácil aquisição, fica o convite a quem ainda por ventura não o conhece e para aqueles que já são íntimos, fica o convite para relembrar as músicas de um excelente álbum.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Marillion:
Steve Hogarth – vocais
Steve Rothery - guitarra
Mark Kelly - teclado
Pete Trewavas - baixo
Ian Mosley - bateria

Tracks:
01 - Costa Del Slough
02 - Under The Sun
03 - The Answering Machine
04 - Three Minute Boy
05 - Now She'll Never Know
06 - These Chains
07 - Born To Run
08 - Cathedral Wall
09 - A Few Words For The Dead
Bonus Tracks:
10 - Estonia Acoustic Version
11 - Memory Of Water - Big Beat Mix




5 comentários:

  1. Caro Gus, tenho uma história parecida. Fiquei eletrizado quando em 82, ouvi pela primeira vez Marillion... Forgotten Sons foi uma música que adorei logo de cara... Em um dos Hollywood Rocks no Morumbi, fui ver minha amada banda, e havia acabado de trocar para o Hogarth. Eles até tocaram algumas Fish Songs. Fiquei mal e demorei uns três álbuns para começar a gostar desta "nova" formação. O detalhe é que fui atrás dos álbuns do Fish solo, e também não era a mesma coisa que Marillion com Fish...
    Valeu pelo post e lembrança.
    Um grande abraço e La Nave Va!
    Java

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  2. Mais uma bela postagem, parabéns pela resenha. Gosto do Marillion em todas as suas fases e formações. Eles mantiveram a essência e proporcionaram música de qualidade.
    Abraços a todos e vida que segue.

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    Respostas
    1. Ricardo,

      Confesso que até poucos dias atrás só gostava da Era Fish, entretanto, a Era Hogarth do Marillion tem muito valor também......

      Vivendo e aprendendo.....

      Obrigado pelas palavras de incentivo.....


      Vamos em frente.....


      Um forte abraço,

      Gustavo

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  3. Fala ai Java.....

    Tudo beleza????

    A unica vantagem de eu ser um tanto destrambelhado com essas coisas é que agora eu tenho uma penca de álbuns para escutar.....

    Esse álbum é realmente muito bom, o que é uma coisa difícil de acontecer se levarmos em conta o período em que ele foi lançado.......

    Vamos em frente......

    Um forte Abraço,

    Gustavo

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  4. Hello, Good People...

    Realmente as opiniões existem para serem respeitadas....

    Então lá vai a minha: Marillion foi uma EXCEPCIONAL estrela que brilhou universo neo-prog, por apenas 4 álbums (estúdio)....

    A presença marcante e visceral de FISH orientou o trabalho do grupo de forma intensa mas....por curto prazo.

    Mesmo a discografia solo do FISH é incerta, oscilante e muito diferente da "mina-neo-prog" conquistada pela era FISH-MARILLION.

    Então, a verdade é somente uma: de expoente neo-prog, o Marillion passou a ser apenas "Mais uma banda neo-prog", com a formação clássica: k,b,d,g....teclados, baixo, bateria e guitarra e seus álbums se tornaram PREVISÍVEIS e enfadonhos.....]

    O "momento de ouro" passou e acredito que, mesmo com a permanência ou a volta de FISH, a efervescência inicial já havia terminado....

    Então passei a "desprezar" qualquer tentativa de grupos neo-prog e me concentrei na segurança e certeza dos mastodontes dos anos '70....

    Mas agora em 2014, resolvi reavaliar meus conceitos e realizar uma atenta e minuciosa análise de grupos neo-progs atuais......e para minha alegria, tenho encontrado MUITOS grupos de qualidade inquestionável....vide postagens recentes realizadas no blog-irmão Valvulado.......

    Willow Glass, Transatlantic, Red Sand,,,,etc,,,etc,,,,grupos excepcionais que tem me auxiliado a vencer os stresses do trânsito infernal e do trabalho cotidiano.....

    Finalizando: Marillion foi um momento passageiro......Marillion sem FISH é como um amor platônico.,....sempre vai faltar ALGO...

    Como a volta ou não volta de Fish não alteraria o resultado dos álbuns pós Clutching at Straws (1987), dou por encerrado a era Marillion, assim como temos encerrado a era BLIND FAITH, a era CREAM, a era BEATLES, a era................etc...etc...

    Sugiro FORTEMENTE que ouçam antes de tecer qualquer opinião.... pelo menos o álbum Red Sand - Human Trafficking (2007) - https://mega.co.nz/#!bkwwnSLY!lU6M0NJiZRoUSSgtpu1UbTGl8mSkpi50J2RhaMXIBek


    Peter Hammill - SP

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