24 de nov. de 2013

PINK FLOYD - “ The Eye of Agamotto” - 1971

A procura pela boa música é constante e invariavelmente acabamos por tropeçar em algum material do Pink Floyd, que pela quantidade de álbuns e bootlegs existentes, se mostra uma fonte inesgotável de inspiração.

O bootleg the “The Eye Of Agamotto”, gravado em outubro de 1971, reflete a fase mais visceral da banda, onde os recursos tecnológicos ficavam em segundo plano, pois o talento individual dos músicos era mais que suficiente para poder materializar os sofisticados e complexos enredos contidos na música do Pink Floyd.

Quando digo, “sofisticados e complexos enredos”, logicamente estou me referindo às músicas, “Atom Heart Mother”, “Echoes”, “Embryo”, “Set The Controls For The Heart Of The Sun” e “A Saucerful Of Secrets”, todas, são pérolas do final da primeira grande fase musical do Pink Floyd. 

Muita gente me pergunta por que eu ainda insisto em publicar os trabalhos do Pink Floyd, pois não aguentam mais ver e/ou ouvir as mesmas músicas e etc. e tal, mas eu posso assegurar que a minha resposta tem sempre sido e sempre será a mesma: “o ineditismo”, que a banda consegue imprimir em suas músicas a cada audição, pois sempre a há uma nova nuance e um pequeno novo detalhe, muitas vezes escondido entre uma harmonização e outra, que para mim são muito claros e tem um propósito muito específico. Não basta ouvir, tem que escutar com atenção!

Esse fenômeno é a síntese da busca pela perfeição, talvez uma das mais importantes características que permeiam o trabalho da banda, que parece ser incansável nesta tarefa, pois apesar de todo o preciosismo, a impressão que eles passam é que nunca estão satisfeitos com o resultado.

O impressionante nesta história toda, é que este bom hábito, foi adquirido logo cedo, então é de se admirar que músicos tão jovens, logicamente, um bando de porras loucas, o que é totalmente natural, já tivessem assumindo para si, uma responsabilidade tão grande, demonstrando prematuramente um grau tão elevado de maturidade e preocupação com o que estavam fazendo e também com o seu público.

Todo sacrifício e dedicação tem seu custo, mas também tem suas recompensas, então, não é de se admirar o fato de que até hoje o Pink Floyd continuar a vender seus álbuns loucamente, beirando até mesmo o absurdo (no bom sentido), no caso do álbum The Dark Side Of The Moon, que continua a vender em média duzentas e cinquenta mil cópias anuais, depois de quarenta anos de seu lançamento, se tornando um verdadeiro fenômeno mercadológico sem precedentes da história fonográfica mundial.

A quantidade de novos fãs aumenta de geração em geração, independente de se tratar de uma música totalmente diferenciada, completamente fora de seu tempo, mas que de alguma forma, ainda atrai novos adeptos. 

O Pink Floyd hoje em dia está praticamente inativo, mas se dirigirmos as atenções para os mega shows de Roger Waters, é possível entender este fenômeno claramente, onde se observam plateias muito jovens, totalmente ensandecidas e hipnotizadas por um septuagenário que continua com o mesmo talento, com a mesma garra e com a mesma determinação de quando tinha vinte anos, provando a qualquer a um que a idade não é um problema e sim uma qualificação, basta ter vontade de seguir em frente.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Pink Floyd
Roger Water
David Gilmour
Nick Mason
Rick Wright


Tracks:
CD1
01 Careful With That Axe, Eugene 12.18
02 tuning 2.01
03 Fat Old Sun 15.31
04 Set The Controls 12.37
05 tuning 2.17
06 Atom Heart Mother 16.14
07 Embryo 12.41

CD2
01 tuning 2.35
02 Cymbaline 11.47
03 Echoes 28.41
04 tuning 0.49
05 A Saucerful Of Secrets 17.07
06 tuning 3.38
07 Blues 5.37


LINK 1
LINK 2

9 comentários:

  1. Sabe meu véio, as vz penso e repenso mas não dá pra não uivar de vez em qdo. O Floyd é chamado de Visceral prq seu som vem das entranhas e entranha em quem o ouve pra bem e pra mal. Qdo garoto me lembro que ouvia uma ou outra música, nunca gostava do disco todo, minha praia era mais sons como Yes, Purple, Stones, Faces, sei lá, mas não era o Floyd e até Beatles como o disco branco e o Let it be, mais os movimentos laterais que surgiam como Scorpions da Alemanha, Babe Ruth, Camel e por vai. Só que tinha de ouvir ummagumma, como eu ouvia Works do ELP e não conseguia com o Floyd, como ouvia Thick as Brick e nada de Floyd até que surgiu o Dark SIde e consegui talvez entender um pouco mais, andava com muitos rockeiros, o prog era uma coisa de chapados em cogumelo pras minhas bandas, mas ao assimilar as histórias que tato gostava, entendi as letras e a sonoridade. Não siginifica ser minha banda do coração mas está entre minhas 10 preferidas e assim que resolver meu pc, hd, dvds e etc, reconstruirei meus objetos de desejo como o próprio Floyd.
    http://www.youtube.com/watch?v=dMpqLyN2Kyo
    Quem não viu veja e entenda o que é ser visceral, tão visceral que vc teme se perder dentro de si mesmo.
    Puta postagem pra semana, puta postagem.........
    Enjoy!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Dead,

    O que mais me fascina no Pink Floyd, mais até do que sua música é sua história, com tudo o que cercou a banda em seu inicio e a metamorfose que se sucedeu com tempo, transformando-a em um ícone do rock.....

    Você citou um álbum, "Ummagumma", que devo ter escutado na íntegra apenas uma ou duas vezes no máximo........ desse eu não gosto nem um pouco.....

    O vídeo é sensacional, já tinha assistido algumas vezes e nele o sentido de ser "visceral" é o equivalente a uma fratura exposta.......

    Tem quarenta anos de história neste vídeo......

    Abração meu velho,

    Gustavo

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    Respostas
    1. Ao escutar um disco uma ou duas vezes apenas, mais ainda se é um álbum tão complexo e de difícil assimilação, como é o caso do UMMAGUMMA, não dá para se ter uma opinião formada a respeito da música escutada. É um álbum duplo.
      Um é ao vivo, repleto de improvisações, como o desta postagem. O de estúdio é uma amostra da capacidade individual de cada integrante da banda. Tudo recheado com muito efeito eletrônico e loucura. Mas, não só isso, efeitos e loucuras, foram recheios, no prato principal, há sons acústicos de piano, violão, bateria e percussão. Foi um disco inovador e o mais ousado do PF. Te aconselho a escutar novamente.
      At., Gente Ruim

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    2. Prezado,

      Gente Ruim,

      Pelo seu comentário, não acredito que você faça jus ao avatar de “Gente Ruim”..... mas em fim, cada cabeça é uma sentença....., portanto, vamos lá......

      O fato de eu ter escutado apenas uma ou duas vezes na íntegra o Ummagumma, realmente não me credita com precisão a gostar ou não dele....

      Entretanto, omiti o fato de ter tentado escutá-lo mais algumas vezes, porém sem sucesso, pois pacientemente em meu velho “pick-up”, Garrard Gradiente, ia passando de faixa em faixa para ver se conseguia absorver alguma das músicas, mas infelizmente este álbum não me atraiu......

      Até por carinho à banda, ainda tenho o velho bolachão duplo, muito bem lembrado por você.....

      Pode ser até uma deficiência musical de minha parte em não compreendê-lo como ele realmente merece.......

      Vou tentar mais algumas vezes.......

      Valeu por sua participação........

      Abraços,

      Gustavo

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    3. Agora entendi sua opinião, explanada com dignidade e modéstia.
      Valeu pela resposta.
      At., Gente Ruim

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  3. Gus, Postagem muito boa. Sempre gostei do floyd e de sua história... a inspiração de Syd Barret, a amizade entre eles, e depois a separação... As várias versões do mesmo disco, da mesma música, etc. Ummaguma comecei a gostar depois de uns 20 anos que o adquiri. realmente é complexo, assim como a trilha sonora para o filme Zabriskie Point, que diz a lenda, descreve uma viagem de ácido. Não é de fácil digestão, e também tem muito a ver com gosto musical. este seu post e estes vídeos que não conhecia são um show a parte, mostrando a sua genialidade em "mais um" post do Pink Floyd. Abraços, brother.

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  4. O disco oficial do filme Zabriskie Point até que é fácil de digerir. É uma trilha mais calcada no country e folk. O de difícil assimilação é o material do Pink Floyd que ficou de fora da trilha sonora. Algumas faixas se assemelham com o que é chamado hoje de ambient music.
    Cheers!

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  5. e aí, rapaziada... Gus, post detonante... Obrigado.
    Zabriskie Point e Ummagumma, hummm. Gosto dos dois e concordo com o jovem de trocadilhos nos nomes... Ouvi uma adaptação do Violence Sequence eletroniczado, e ficou um negócio diferente... Concordo tb que estes dois álbuns precisam de um tempo a mais de assimilação.

    Abraços fortes...

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  6. Amigos,

    Dead, Gente Ruim, Breu, A. Breu Grafia e Véio, me desculpem pela ausência, mas infelizmente ela foi e ainda está sendo necessária......

    Agradeço a todos pelas palavras e participação aqui no blog.....

    Um álbum como Ummagumma, simplesmente não se pões na vitrola ou no Player de Cd ou seja onde for e simplesmente sai escutando......

    Com esse não dá, pois precisa de uma certa educação musical e gosto apurado para os experimentalismos psicodélicos que reinavam naquela época e talvez este requisito esteja faltando em mim.........

    Entretanto, apesar de não me sentir atraído por ele, eu o repeito tanto como os demais álbuns da banda, pois afinal de contas, berço e origem, Ummagumma tem de sobra...

    Um forte a braço a todos,

    Gustavo

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