24 de dez. de 2013

A Confraria dos blogs apresenta: Gentle Giant - "Playing The Fool Live" - 1977

Homenagear uma “banda” em “cadeia internacional”, envolvendo blogs do Brasil e de fora, foi uma iniciativa que partiu por conta dos membros da Tropa de Elite do “VALVULADO” e no caso o SV me contatou por e-mail propondo a escolha de uma banda para que fosse preparada uma resenha com o um álbum da banda escolhida por diversos blogs ao mesmo tempo.

Sem dúvidas alguma, foi uma proposição brilhante que foi aceita de imediato por mim e acredito que tenha sido acolhida por todos os convidados, pois mais importante do que a homenagem à banda escolhida é a demonstração de união e amizade entre os “blogueiros” que está sendo dada, pois todos nós que nos dedicamos a esta atividade, sabemos das dificuldades em se manter um blog de pé com dignidade, com todo o tipo de problema que surge diariamente e que temos que nos desvencilhar com muita sabedoria para que o controle da situação não seja perdido.

Acredito que o momento, provavelmente inédito no universo blog, seja uma oportunidade única para zerar qualquer rusga, desavença ou o que seja, não só entre os blogueiros, mas principalmente nas relações entre blogs e o publico frequentador, pois constantemente observo conflitos de toda a ordem, não só aqui, mas em diversos outros blogs, o que nos obriga muitas vezes a tomar atitudes nefastas, como por exemplo, ter que fazer censura nos comentários, uma vez que alguns são impublicáveis e que às vezes podem nos levar para fora de uma curva de normalidade em nosso comportamento social.

O problema não são as críticas ou a não concordância de opiniões em relação às resenhas, pois isso faz parte de nosso ofício pela exposição constante a que nos submetemos a cada resenha, mas sim as agressivas ofensas que surgem por divergência de opiniões, links quebrados, bit rates de arquivo, formato de conversão de áudio e toda sorte de besteiras que se possa imaginar, como se fossemos empregados de uma empresa diante de um patrão, mas com um detalhe, sem receber salários, lembrando que nosso ofício não é remunerado, portanto amigos vamos ficar na Paz e em Paz com todos e aproveitar este momento de confraternização. 

Saindo da minha habitual verborragia, vamos ao que interessa que é a banda escolhida pela “Confraria dos Blogs”, o Gentle Giant e no meu caso coube preparar a resenha para o álbum “Playing the Fool Live”, gravado no ano 1977, onde estão reunidos diversos clássicos da discografia da banda.

O Gentle Giant foi formado em 1970 pelos alucinados irmãos Shulman, Derek, Ray e Phil que se associaram a Martin Smith, Kerry Minnear e Gary Green formando sua base inicial com algumas pequenas mudanças ao longo do tempo e chegaram produzir doze álbuns até 1980 quando infelizmente houve a dissolução do grupo. 

O Gentle Giant faz uma música diferenciada dentro do universo progressivo, em que a essência de seus arranjos baseia-se em tons desarmônicos o que em um primeiro momento, para um ouvido despreparado pode até causar certo desconforto inicial, mas que com a medida do tempo vai se dissipando, mas alerto que em especial esta música não admite concessões de espécie alguma para ouvintes casuais, ainda mais nos dias de hoje, lembrando que suas origens datam de mais de quatro décadas de existência.

A bem da verdade, isso não é problema algum para quem está disposto a ouvir algo diferente, fora do convencional, que extrapola e transgride conceitos e dogmas e que comunga com o bom humor e com uma maneira inédita de encarar a arte.

Esse álbum, “Playing The Fool” foi o passaporte para me introduzir neste interessante universo musical, que confesso que a princípio, muito jovem ainda, tive dificuldade em compreendê-la, entretanto, logo percebi a grandeza e a magia que cercava estas músicas e a possibilidade de estar próximo de algo diferente do que estava habituado.

Levando-se em conta que a proliferação de bandas de rock progressivo que começaram a surgir no início dos anos setenta teve crescimento exponencial até a metade da década, ou banda era muito especial como um Pink Floyd, Yes, Genesis, ELP, PFM e Cia...., ou teria que produzir algo realmente diferenciado, o que por sinal foi muito bem feito pelo Gentle Giant, o que permitiu juntar-se aos grandes nomes do rock já citados anteriormente e não ser mais uma daquelas bandas que produziram apenas um único título, mesmo sendo de altíssima qualidade.

Esta gravação “Live” é uma prova contundente do que estes músicos eram capazes de realizar diante de sua hipnotizada plateia, pois depois que se conhece a obra deles, é simplesmente impossível não entrar no clima da música e viajar.

Particularmente eu gosto muito da música “I Lost My Head” e justamente nesta gravação está a versão que mais me identifico com a banda, porque acho que quando os músicos estão diante de seu público, a vontade de superar o que foi feito em estúdio, passa a ser um desafio irresistível e muito interessante para o artista, então alguns ingredientes a mais sempre são inseridos nas músicas que por essência já são muito boas e nestas ocasiões ficam muito melhores.

Como havia dito anteriormente, o álbum está repleto de clássicos como Just the Same; Proclamation; Funny Ways; The Runaway; So Sincere; Free Hand; Experience e alguns outros, portanto amigos, o negócio é som na caixa neste Natal, com muitas alegrias, paz e harmonia para todos, lembrando que aqui é uma pequena lembrança natalina e que os demais blogs que compõem a “Confraria”, vão nos presentear com muitos outros álbuns do Gentle Giant, fazendo deste Natal um divisor de águas nas relações virtuais.

UM FELIZ NATAL A TODOS!!!!

Gentle Giant:
Gary Green: electric and acoustic guitar, 12 string guitar, vocals, percussion;
Kerry Minnear: keyboards, cello, vibes, tenor recorder, vocals, percussion;
Derek Shulman: vocals, alto sax, descant recorder, bass, percussion;
Ray Shulman: bass, violin, acoustic guitar, descant recorder, trumpet, vocals, percussion;
John Weathers: drums, vibes, tambour, vocals, percussion;

Tracks:
01. Introduction (0:37)
02. Just the Same (5:20)
03. Proclamation (3:41)
04. Valedictory (1:38)
05. On Reflection (Rearranged) (6:27)
06. The Boys In The Band (15:38)
07. Funny Ways (8:31)
08. The Runaway (3:54)
09. Experience (5:37)
10. So Sincere (5:15)
11. Drum And Percussion Bash (5:03)
12. Free Hand (7:39)
13. Sweet Georgia Brown (1:19)
14. Peel The Paint (1:33)
15. I Lost My Head (5:57)



Aqui estão os links (roubartilhado diretamente do APONCHO ROCK) com os demais blogs que formaram a "Confraria dos Blogs":


APONCHO ROCK com Free Hand
 
Som Mutante com Interview

Som Valvulado com Giant for a Day y Hollywood Bowl
 
PROG ROCK VINTAGE com King Alfred´s College Winchester

  • PIRATA DO ROCK com Capitol Studios

    NAS ONDAS DA NET com Playing The Fool Live
  • TheRedHippie com Acquiring The Taste
     
    A Casa de Roderick com Octopus

    SOM TRIMADO com a Discografía da Banda


  • 16 de dez. de 2013

    YES - "Soon Live" 1976/77

    Aproveitando as viagens que são constantes, sempre que é possível, eu faço um garimpo musical e agora com uma longa estadia na capital mineira, BH, achei uma preciosidade do Yes, que foi adquirida de imediato no Shopping Pátio Savassi, mais precisamente na “Livraria Leitura”, pela módica quantia de R$ 24,90, levando-se em conta que se trata de um CD duplo, sem dúvidas alguma, um duplo achado.

    O álbum em questão é o “Soon Live”, que conta com um ingrediente especial, que é o retorno do Rei, Rick Wakeman aos teclados da banda em plena “Relayer Tour”, pois Patrick Moraz havia debandado do grupo.

    Este álbum, curiosamente é de produção nacional, portanto as informações são totalmente desconexas, a começar pela capa que retrata uma imagem do final dos anos 90 e posterior pois até Benoit David aparece no topo da capa, em nada tendo a haver com a época de seu acontecimento e o mesmo se repete quanto ao local de sua execução, pois na contracapa a única menção que é feita é que foi realizado em algum estádio dos EUA em ano desconhecido.  Legal não?  Um viva a acéfala industria fonográfica Brasileira, por mais uma demonstração de cuidado e competência ao lidar com a obra de arte alheia!!!!


    Tirando estes pequenos problemas, é sempre muito bom estar com algum material diferente do Yes em mãos, portanto, vamos há alguns fatos interessantes, como a época do retorno de Rick Wakeman ao Yes em um momento interessante, pois ainda rolava a Relayer Tour, e já estava na época de se pensar em algo novo, que seria o álbum, “Going For The One” lançado em 1977, portanto se Patrick Moraz ficou na banda entre 1974 a 1976, por analogia, significa que Rick Wakeman retornou ao grupo em algum momento de 1976, o que faz sentido em relação ao lançamento do álbum de estúdio de 1977, portanto não deve ser muito errado dizer que “Soon Live” está situado entre os anos de 76 e 77.

    O álbum Relayer, independente da ausência de Rick Wakeman nos teclados, sem dúvidas algumas é um dos grandes álbuns do Yes, que por sua grandiosidade permitiu que a banda promovesse uma turnê de praticamente dois anos, enchendo estádios por onde passaram e agora a menos que eu esteja enganado, acredito que seja a primeira vez que eu escuto o "Relayer" na integra, com Rick Wakeman nos teclados, o que per si já é um bom motivo para escutar este álbum com a volta da formação clássica da banda.

    Outra grande atração deste álbum é a execução da música "Ritual", do álbum “Tales From Topographics Oceans”, justamente o álbum da discórdia que afastou Rick Wakeman da banda e então escutá-lo tocando esta música, cria uma nuance inesperada tanto para a banda, assim como para o público, pois foi uma situação no mínimo inusitada.

    A rigor o álbum nos presenteia com diversos clássicos, a começar pela música, “Sweet Dreams”, do álbum “Time and a Word” que é uma bela canção do início da carreira da banda, ainda com Tony Kaye, Bill Bruford e Peter Banks e na sequencia das músicas, vamos até o “Yes Album”, com as músicas, “Yours Is No Disgrace”; “I’ve Seen All Good People” e “The Clap”.

    Continuando nossa saga musical, do álbum “Close To The Edge” nós temos, “And You and I” e do não menos legendário álbum, “Fragile”, temos também as músicas “Long Distance Runaround” e “Roundabout”, ou seja, bons motivos para escutar o álbum é que não faltam, pois com a banda completa e diversos clássicos na ponta da agulha, não falta mais nada, além da coragem para baixar este álbum. 

    Comentários a respeito deste ou daquele elemento da banda, torna-se totalmente desnecessário por razões óbvias, portanto, fica a cargo de quem escutar o álbum, fazer suas conjecturas e tirar suas próprias conclusões a respeito da execução deste show.


    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!

    Yes:
    Jon Anderson - vocal
    Steve Howe - guitarra
    Rick Wakeman - teclado
    Chris Squire - baixo
    Alan White - bateria

    Tracks:

    CD 01
    01 Introduction\Sound Chaser
    02 Close to the edge
    03 To be over
    04 The gates of delirium
    05 Soon
    06 I've seen all good people
    07 Long distance runaround\ The clap

    CD 02
    01 And you and I
    02 Ritual
    03 Roundabout
    04 Sweet dreams
    05 Yours is no disgrace


    9 de dez. de 2013

    IQ - "Live in Barcelona" - 2000

    IQ, essa é uma banda que me dá muito prazer em escutar suas músicas, independente de sua forte influência estar ligada ao Genesis e principalmente, por conta de Peter Gabriel, que não só influenciou o IQ, mas também por ser considerado como fonte de inspiração musical, acabou por influenciar o “Marillion” e o “Citizen Cain” integrantes da segunda geração do rock progressivo.

    O interessante nesta história é que mesmo tendo saído do Genesis, por volta de 1976, Peter Gabriel realmente sedimentou muito bem a sua obra e a sua história, pois mesmo tendo partido para uma nova trajetória musical, digamos assim, um pouco mais amena, produzindo álbuns sensacionais e cada vez menos progressivos, continuou seduzindo o imaginário destas novas bandas.


    Com uma estrutura musical muito marcante, onde todos os músicos são destaque, a cada álbum, o IQ foi se consolidando como banda de primeiro escalão dentro da nova ordem progressiva que se formou a partir do início dos anos oitenta, primeiramente representado pelo Marillion que de inicio confundiu-se um tanto com as bandas dos anos setenta e logo foi seguido de perto pelo Glass Hammer, Pallas, Pendragon, Citizen Cain e pelo próprio IQ e várias outras que foram surgindo com o tempo.

    Penso que por conta destas bandas, foi possível dar um sopro de vida a mais, a bandas como ELP, Yes, Pink Floyd, PFM, Eloy e outras que de algum modo conseguiram manter-se ativas e que até hoje são adoradas pelos antigos e novos fãs que lotam estádios, arenas e teatros, sempre que há um show destes dinossauros do rock que não se cansam de tocar por anos a fio, musicas com trinta, quarenta anos, praticamente com o mesmo entusiasmo que tinham na década de setenta.

    Voltando ao IQ, esta gravação feita em novembro de 2000, na Sala Bikini em Barcelona, Espanha, retrata muito bem a qualidade das músicas, o esmero ao executá-las e o intimo contato com o público presente ao show.

    A similaridade do timbre da voz de Peter Nicholls com a de Peter Gabriel é indiscutível, entretanto não consigo ser tomado pelo impulso de imaginar que se trate de uma imitação, bem como o fato de Peter Nicholls se maquiar para seus shows, pois no fundo, ele não está lá apenas cantando uma música, mas também está representando um personagem, assim como Peter Gabriel fez no passado.

    Outro atrativo para mim que o IQ oferece, é seu tecladista, Martin Orford, que além de exímio instrumentista, é um compositor de mão cheia, com vários álbuns solo editados, alguns dos quais publicados aqui no blog, basta dar uma conferida.

    Em paralelo ao IQ, ele formou  também o “The Lens”, com alguns integrantes do próprio IQ, contando com o apoio de Mike Holmes, Paul Cook e Peter Nicholls, produzindo o álbum, “A Word In Your Eyes”, muito bom por sinal e que ao final da resenha deixo uma música em vídeo, chamada “Frost & Fire”, simplesmente fantástica.

    Os destaques deste bootleg, “Live in Barcelona”, ficaram por conta das músicas, Outer limits, The darkest hour, State of mind/The magic roundabout, Failsafe, Giding light, Subterranea, Awake and nervous e The Wake que obviamente representam a minha opinião e fatalmente podem não concordar com a opinião de outrem, mas de qualquer forma fica o convite a todos para escutar este bootleg na íntegra que com certeza pode surpreender positivamente.

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

    IQ:
    Peter Nicholls - vocal,
    Mike Holmes - guitarra e teclado
    Martin Orford - teclado e vocal de apoio
    John Jowitt - baixo e vocal de apoio
    Andy Edwards - bateria


    Tracks:
    CD 01
    01. Intro
    02. Outer limits
    03. The darkest hour
    04. Erosion
    05. Wurensh
    06. The seventh house
    07. State of mind - The magic roundabout
    08. Failsafe
    CD 02
    01. Giding light
    02. Human nature
    03. The enemy smacks
    04. Subterranea
    05. Awake and nervous
    06. Came down
    07. The wake


     

     THE LENS - MARTIN ORFORD - FROST & FIRE

    1 de dez. de 2013

    V. A. - "Thriller - A Metal Tribute to Michael Jackson" -

    Calma!!! Muita calma nesta esta hora!!!! Eu ainda não enlouqueci!!!!  É apenas uma reciclagem cerebral para poder ir em frente. Eu explico. Estou no ar a mais de trinta dias seguidos, de domingo a domingo, praticamente 24h por dia, por conta de uns projetos de engenharia que afunilaram neste final de ano, portanto, o discernimento pode ficar um tanto prejudicado pelo cansaço mental.

    Nesta hora, nada melhor do que dar uma chacoalhada nos neurônios para por a máquina pensante em ordem, então, procurando algo bem diferente para ouvir como um remédio acabei por encontrar o álbum, “Thriller – A Metal Tribute To Michael Jackson”, achado por pura sorte.

    Simplesmente bizarro (no bom sentido), lindo!!! Era tudo o que eu estava precisando e agora, divido com todos vocês talvez um dos mais Dantescos álbuns que a louca indústria fonográfica conseguiu produzir ao juntar algumas das peças mais importantes da obra do astro da música pop, Michael Jackson com uma turma da pesada do mundo do Heavy Metal.

    Paul D'ianno
    Quem poderia imaginar Paul Dianno (ex Iron Maiden) cantando "Bad" ou mesmo Chuck Billy do Testament cantando, Triller e isso é só a ponta do Iceberg, pois alem destes estão presentes também, Danny Worsnop (Asking Alexandria), Billy Sheehan (Mr. Big), Angelo Moore (Fishbone), Doug Aldrich (Whitesnake), Rudy Sarzo (Queensrÿche), Lajon Witherspoon (Sevendust), Bruce Kulick (ex-KISS), Tony Franklin (The Firm), Priya Panda (Diemonds), Ron Bumblefoot Thal (Guns N Roses), Corey Glover (Living Colour), Phil Campbell (Motörhead), Elias Soriano (Nonpoint), Doug Pinnick (King s X), Chris Jericho (Fozzy), Craig Goldy (Dio), Lonnie Jordan (War) e mais as bandas Icarus Witch e Alien Ant Farm para complementar este mega elenco.

    Um álbum deste porte e natureza é merecedor de algumas considerações, pois o que pode parecer aparentemente bizarro (agora no mau sentido), o que não é verdade, ao contrário é um trabalho muito sério, pois quando me deparei com este material, à primeira ideia que surgiu em minha mente, seria a de mais um álbum caça-níqueis feito em cima de grandes sucessos da música pop apenas para levantar capital e permitir o caixa da gravadora girar e este foi um engano meu.

    Michel Jackson
    Ao escutá-lo, claramente se nota que o álbum foi cuidadosamente preparado, com novos arranjos, muito bem feitos para se adequarem aos arranjos originais e não perderem a essência e com esta atitude, poder preservar e respeitar a obra do autor, apenas fazendo uma releitura “Heavy Metal” sobre estas músicas.

    É importante ressaltar também que este projeto, incluiu um dos maiores fenômenos da música Pop, Michael Jackson, que ao longo de sua carreira, vendeu milhões de cópias de seus álbuns, produziu centenas de mega eventos, lotando estádios e arenas por onde passava e que deixou boa parte do planeta órfão de sua música, inclusive eu, pois independente das minhas preferências musicais serem bem claras, sempre respeitei e gostei do seu trabalho.

    O conceito de boa música para mim começa com um requisito muito simples e básico, “a diversão” e quando este requisito se faz presente, boa parte da aceitação já está garantida, pois o restante é subjetivo e depende da imaginação e gosto de cada um.

    A música necessariamente não precisa ser “erudita” e cercada de pompa e circunstância para ser considerada como boa, ou de qualidade ou coisa que o valha, mas ela principalmente precisa ser “honesta” e transmitir a sua verdade para o ouvinte e neste caso, Michael Jackson está sendo verdadeiramente homenageado e não usado para outros fins.

    Sempre há algumas musicas que naturalmente se destacam das demais e no meu caso, as que mais chamaram a minha atenção, foram: Smooth Criminal; Beat It, Bad, Black Or White, Thriller e Rock With You, mas posso assegurar que as demais também são muito legais o que surpreendentemente nos permite escutar da primeira a última faixa sem problema algum, portanto, para quem quer escutar música sem maiores preocupações e/ou preconceitos musicais, este álbum oferece treze músicas de peso, portanto, está mais que recomendado.

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!



    24 de nov. de 2013

    PINK FLOYD - “ The Eye of Agamotto” - 1971

    A procura pela boa música é constante e invariavelmente acabamos por tropeçar em algum material do Pink Floyd, que pela quantidade de álbuns e bootlegs existentes, se mostra uma fonte inesgotável de inspiração.

    O bootleg the “The Eye Of Agamotto”, gravado em outubro de 1971, reflete a fase mais visceral da banda, onde os recursos tecnológicos ficavam em segundo plano, pois o talento individual dos músicos era mais que suficiente para poder materializar os sofisticados e complexos enredos contidos na música do Pink Floyd.

    Quando digo, “sofisticados e complexos enredos”, logicamente estou me referindo às músicas, “Atom Heart Mother”, “Echoes”, “Embryo”, “Set The Controls For The Heart Of The Sun” e “A Saucerful Of Secrets”, todas, são pérolas do final da primeira grande fase musical do Pink Floyd. 

    Muita gente me pergunta por que eu ainda insisto em publicar os trabalhos do Pink Floyd, pois não aguentam mais ver e/ou ouvir as mesmas músicas e etc. e tal, mas eu posso assegurar que a minha resposta tem sempre sido e sempre será a mesma: “o ineditismo”, que a banda consegue imprimir em suas músicas a cada audição, pois sempre a há uma nova nuance e um pequeno novo detalhe, muitas vezes escondido entre uma harmonização e outra, que para mim são muito claros e tem um propósito muito específico. Não basta ouvir, tem que escutar com atenção!

    Esse fenômeno é a síntese da busca pela perfeição, talvez uma das mais importantes características que permeiam o trabalho da banda, que parece ser incansável nesta tarefa, pois apesar de todo o preciosismo, a impressão que eles passam é que nunca estão satisfeitos com o resultado.

    O impressionante nesta história toda, é que este bom hábito, foi adquirido logo cedo, então é de se admirar que músicos tão jovens, logicamente, um bando de porras loucas, o que é totalmente natural, já tivessem assumindo para si, uma responsabilidade tão grande, demonstrando prematuramente um grau tão elevado de maturidade e preocupação com o que estavam fazendo e também com o seu público.

    Todo sacrifício e dedicação tem seu custo, mas também tem suas recompensas, então, não é de se admirar o fato de que até hoje o Pink Floyd continuar a vender seus álbuns loucamente, beirando até mesmo o absurdo (no bom sentido), no caso do álbum The Dark Side Of The Moon, que continua a vender em média duzentas e cinquenta mil cópias anuais, depois de quarenta anos de seu lançamento, se tornando um verdadeiro fenômeno mercadológico sem precedentes da história fonográfica mundial.

    A quantidade de novos fãs aumenta de geração em geração, independente de se tratar de uma música totalmente diferenciada, completamente fora de seu tempo, mas que de alguma forma, ainda atrai novos adeptos. 

    O Pink Floyd hoje em dia está praticamente inativo, mas se dirigirmos as atenções para os mega shows de Roger Waters, é possível entender este fenômeno claramente, onde se observam plateias muito jovens, totalmente ensandecidas e hipnotizadas por um septuagenário que continua com o mesmo talento, com a mesma garra e com a mesma determinação de quando tinha vinte anos, provando a qualquer a um que a idade não é um problema e sim uma qualificação, basta ter vontade de seguir em frente.

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

    Pink Floyd
    Roger Water
    David Gilmour
    Nick Mason
    Rick Wright


    Tracks:
    CD1
    01 Careful With That Axe, Eugene 12.18
    02 tuning 2.01
    03 Fat Old Sun 15.31
    04 Set The Controls 12.37
    05 tuning 2.17
    06 Atom Heart Mother 16.14
    07 Embryo 12.41

    CD2
    01 tuning 2.35
    02 Cymbaline 11.47
    03 Echoes 28.41
    04 tuning 0.49
    05 A Saucerful Of Secrets 17.07
    06 tuning 3.38
    07 Blues 5.37


    LINK 1
    LINK 2

    17 de nov. de 2013

    V. A. - “Kalevala - A Finnish Progressive Rock Epic” - 2003

    Sempre estamos em busca de algo novo e interessante para postar e consequentemente poder resenhar algo a respeito de algum bom trabalho e deste modo acabei por me deparar com o álbum, “Kalevala - A Finnish Progressive Rock Epic”, lançado em 2003 pela Musea Records.

    Kalevala era um nome que já tinha visto e/ou escutado em alguma oportunidade, mas não tinha a menor ideia do que poderia significar e para minha surpresa, trata-se de uma epopeia finlandesa, baseada em poemas populares, publicada em 1835 por Elias Lönnrot e reeditada pelo mesmo autor em 1849 quando foram inseridos novos poemas à obra com a colaboração de amigos que o ajudaram a coletar novos poemas e desde então é a edição base para a tradução de outras línguas.

    Esta obra é um conjunto de baladas, velhas canções e um grande número de lendas finlandesas que já serviram de inspiração, para o célebre escritor inglês, J R R Tolkien, criador do não menos célebre épico, “O Senhor dos Anéis” e ao compositor de música clássica, Jean Sibélius que também se serviu desta mesma obra para criar diversas peças musicais.

    Elias Lönnrot
    Então, eis que chegou a vez do rock progressivo dar o ar de sua graça sobre esta intrigante peça e por conta da intervenção da revista finlandesa de rock, Colossus Magazine, com seu Colossus Project, trouxe nada menos do que trinta bandas que em quase quatro horas de música, revelaram o encanto e o lirismo desta (agora para mim) célebre obra.

    Para dar maior veracidade e o clima necessário que a obra assim o exige, foram selecionados propositadamente instrumentos analógicos utilizados na década de setenta e bandas que também flertam com diversos segmentos do rock progressivo, como o neoprog, rock sinfônico, metal sinfônico e outros que segundo se comenta, de forma sadia competiram entre si para que o resultado fosse o melhor possível.

    Alguns nomes de peso como, MUSEO ROSENBACH, AARDVARK, SIMON SAYS, LEVIATHAN MALIBRAN, MAGENTA, HAIKARA e CLEARLIGHT, fazem parte do elenco estelar composto por trinta bandas que deram vida a esta obra tão rica, complexa e envolvente.

    Esta epopeia chega a nossos ouvidos de forma muito marcante e realmente emociona a cada música, pois em cada uma delas há uma particularidade que não se repete nas demais pelo fato de que cada música teve um tratamento especial dado por uma banda exclusiva sem a perda da sua unidade e  ao esmo tempo de sua continuidade, transformado esta epopeia em um verdadeiro épico musical.

    Algumas músicas se destacam naturalmente, entretanto podem variar de pessoa a pessoa, dependendo da sensibilidade de cada um e no meu caso, eu destaco apenas como exemplo, uma única música retirada de cada cd: "The Boat Builder / Searching For the Lost Word", executada pelo Clearlight, "Fiore di Vendetta (The Flower of Revenge)" executada pelo Museo Rosenbach e finalmente, "Uusi kantele (new kantele)" do Aardvark, que são as que mais chamaram a minha atenção, mas vale ressaltar que a totalidade deste álbum agrada facilmente pelo seu denso conteúdo, tornando-o um bom motivo para escutá-lo e também por ser uma excelente oportunidade para se conhecer novas bandas. 

    Em geral todos os trabalhos da série Colossus Project, são muito bem produzidos e este não fugiu à regra, pois são quase quatro horas de música de altíssima qualidade, divididas em três CDs que com certeza encantarão os amantes da boa música com peças instrumentais e cantadas muito envolventes. 

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

    Tracks:

    DISC 1 (81:32)
    01. HAIKARA (Finland) - The Creation / The Sowing (11:27)
    02. OVERHEAD (Finland) - Wainamoinen and Youkahainen / The Fate of Aino (8:00)
    03. SIMON SAYS (Sweden) - Som Floden Flyter (As the river runs) (7:00)
    04. SINKADUS (Sweden) - Trubadurens kval (The Minstrel's Cry) (5:36)
    05. MOONGARDEN (Italy) - Maiden of the Bow (10:18)
    06. IL CASTELLO DI ATLANTE (Italy) - Ilmarinen Forges the Sampo (6:59)
    07. MAGENTA (Uk) - Lemminkainen's Lament (6:53)
    08. SUBMARINE SILENCE - (Italy) (7:34)
    09. METAPHOR (Usa) - Raking the Bones (7:45)
    10. CLEARLIGHT (Usa-Fra) - The Boat Builder / Searching For the Lost Word (10:00)

    DISC 2 (71:00)
    01. ORCHARD (Norway) - 3 (7:30)
    02. GREENWALL (Italy) - The Wedding (14:27)
    03. REVELATION (Italy) - Uninvited Guest (10:00)
    04. SCARLET THREAD (Finland) - Pimeästa Pohjolasta (5:01)
    05. MAD CRAYON (Italy) - Il Suono Dei Ricordi (The Sound of Memories) (6:19)
    06. MUSEO ROSENBACH (Italy) - Fiore di Vendetta (The Flower of Revenge) (6:37)
    07. LEVIATHAN (Italy) - Filo di Lama (Edge of a Blade) (10:32)
    08. MALIBRAN (Italy)- Strani Colori (Strange Colors) (5:12)
    09. SOFIA BACCINI (Italy) - Malvagio Per Le Stelle (Mean because of the stars) (5:25)
    10. ELEGANT SIMPLICITY (UK) Ilmarinen's Bride Of Gold (5:02)

    DISC 3 (76:19)
    01. QADESH (Uk) - Ilmarinen's Fruitless Wooing (11:30)
    02. CANTINA SOCIALE (Italy) - Kantele (6:00)
    03. GRAND STAND (Sweden) - Stormen (Tempest) (7:07)
    04. GERMINALE (Italy) - La Battaglia per il Sampo (The Battle for the Sampo) (8:14)
    05. AARDVARK (Finland) - Uusi Kantele (New Kantele) (5:57)
    06. THONK (Switzerland) - Kapittu 45/46 (Chapter 45/46) (6:37)
    07. GROOVECTOR (Finland) - Tuletta (Fireless) (5:29)
    08. WHOBODIES (Finland) - Pine (5:41)
    09. RANDONE & TEMPORE (Italy) - Runo 49 (9:00)
    10. CAFEÏNE (France) - Way is open (11:44)


    LINK

    11 de nov. de 2013

    V. A. - "The World Of Krautrock Vol. 1 e 2" - 1997/2006

    Ao final dos anos 60 na Alemanha surgia um movimento musical, que experimentalmente fundia o rock com a música eletrônica e ficou conhecido como o Krautrock, nome criado a partir de uma referência feita pela imprensa Britânica na época de seu surgimento que a principio foi considerada pejorativa, por conta da sua derivação da palavra alemã, "sauerkraut", que traduzido para o português, torna-se, “chucrute”, entretanto a brincadeira acabou por ganhar forte identidade e passou a nominar oficialmente o estilo musical alemão.

    Escutando as bandas ditas de Krautrock, como o Popol Vuh, Ash Ra Tempel, Holderlin, Amon Düül II, Faust, Guru Guru, Birth Control e mais uma enormidade de bandas, é possível entender o processo criativo e o que se passava na cabeça de músicos de bandas mais tardias e que começavam a delinear os primórdios do que viria ser o rock progressivo.

    Um bom exemplo é o Pink Floyd, que teve no seu início musical, a sua fase mais louca (psicodélica) agregada à genialidade lisérgica de Sid Barrett, nos permitiram chegar a álbuns espetaculares como, The Piper at the Gates of Dawn, A Saucerful of Secrets, Ummagumma (esse experimental de mais) e até mesmo Atom Heart Mother que é uma obra prima, são álbuns intimamente ligados aos conceitos básicos musicais do Krautrock.

    Os álbuns, The World Of Krautrock vol. 1 de 1997 e The World Of Krautrock vol. 2 de 2006, possibilitam uma interessante panorâmica sobre esta obscura vertente musical, que neste dois álbuns são representados pelas bandas, Birth Control, Wallenstein, Broselmaschine, Witthuser & Westrupp, Holderlin, Walpurgis, Guru Guru, Popol Vuh, Floh De Cologne, Broselmaschine, Mythos, Walpurgis, Annexus Quam e Emtidi, que fazem parte da nata do Krautrock.


    Particularmente, gostei da banda Popol Vuh e especificamente da música, Im Garten Der Gemeinschaft, pois de alguma forma ela me remeteu diretamente a suíte, “Atom Heart of Mother” do Pink Floyd, talvez por conta de um coral de vozes bem característico, mesmo tendo sido criada dez anos após a suíte Pinkfloydiana

    De um modo geral, as bandas e as músicas do Krautrock, representam a síntese de diversas influências musicais e também o sinônimo da quebra de alguns paradigmas musicais, como por exemplo, "vejam o quão rápido podemos tocar", sendo substituído por "vejam o quão longe podemos ir", e realmente com este conceito forma longe mesmo..

    A quebra de um paradigma como este, significava simplesmente  a aplicação de um novo conceito filosófico musical, onde a criatividade era colocada acima da velocidade de execução, para a criação de uma música mais viajante e em geral desenvolvida a partir de compassos de 4/4, que são mais lentos e permitem uma melhor percepção da música.

    O Krautrock tem algumas particularidades e dentre elas, uma chama muito a  minha atenção, pois algumas bandas, excelentes por sinal, curiosamente só produziram um único álbum em sua carreira e isso eu pude perceber frequentando bastante o blog, PROGROCKVINTAGE da nossa querida amiga, Luciana Aun, que é uma especialista neste assunto e também possuidora de um dos maiores acervos deste gênero musical, senão o maior, portanto quem quiser se aprofundar neste assunto, ai está a dica, pois lá é uma parada obrigatória para aquisição de conhecimento sobre o Krautrock.

    Recomendo estes dois álbuns duplos, por serem um bom motivo e um passaporte a adentrar ao mundo do Krautrock e com eles, conhecer uma boa parte das doutrinas que deram origem ao rock progressivo dos anos setenta.

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!



    01. Work Is Done
    02. Lunetic
    03. Schmetterling
    04. Der Rat Der Motten
    05. Requiem Fur Einen Wicht
    06. Queen Of Saba
    07. Electric Junk
    08. Im Garten Der Gemeinschaf
    09. Priestess
    10. Stop Little Lady
    11. Der Lsd-Marsch
    12. Marvellous Child
    13. Dracula
    14. Bo Diddley
    15. Mother Universe
    16. Just Before The Sun Will

    The World Of Krautrock vol. 2

    01. When The Night Falls
    02. Wir Brauchen Keine Millionare
    03. Old Man's Song
    04. Golden Antenna
    05. Traum
    06. Hero's Death
    07. Disappointment
    08. Space Ship
    09. Osmose 1
    10. Stone In
    11. Braintrain
    12. Die Schlusselblume
    13. Nossa Bova
    14. Garden Of Gold
    15. Saat
    16. My Last Illusion
    17. Waren Wir
    18. Die Oberen Zehntausend



    27 de out. de 2013

    RICK WAKEMAN - “Live at BBC” - 1976

    Para exorcizar definitivamente deste blog os últimos e nefastos acontecimentos, nada melhor do que o viajar para bem longe, porém, sem sair do lugar e para tanto eu evoquei o Mestre dos teclados e agora também meu exorcista, Rick Wakeman, com um bootleg, intitulado “Live At BBC” com gravações entre abril e junho de 1976, no Hammersmith Odeon e no Maltingsin Farnham

    Nosso Mestre dispensa qualquer tipo de apresentações por razões óbvias, entretanto, é sempre muito gratificante, lembrar os seus feitos, que não são poucos, levando-se em uns de cento e cinco álbuns de estúdio se é que contei certo, doze compilações, quinze singles, vinte e quatro vídeos e DVDs, um número bem expressivo de bootlegs, fora sua discografia junto ao Yes, The Strawbs e as diversas participações que teve com grandes nomes da música como, Ozzy Osbourne, Brian May, Elton John, Black Sabbath, David Bowie, Lou Reed (falecido em 27/10/2013), Alice Cooper e ate um inusitado encontro dele com Jon Lord em 2011, um fato tão raro e especial, como o alinhamento dos planetas com o Sol, dado a magnitude destas duas grandes figuras e estrelas da música. 

    Eu considero até questionável, se com uma discografia tão extensa, é possível ou não para um artista manter o mesmo padrão de criatividade musical, pois haja inspiração para tantos álbuns, o que no caso de Rick Wakeman, levando-se em consideração apenas a sua discografia pessoal que começou em 1971, daria ao longo destes quarenta e dois anos, uma média geral de dois a três álbuns por ano, o que é muito, se considerarmos toda a produção que é envolvida para se materializar um álbum e lançá-lo ao mercado. 

    Lembro ainda que além de sua carreira solo a qual sempre deu muito valor, suas várias entradas e saídas do Yes, bem como sua participação junto às bandas e a outros artistas, o obrigavam a uma série de compromissos entre as fazes de estúdio e os shows propriamente ditos, portanto, para se ter um material com qualidade é preciso muita competência, apesar de que neste requisito, Rick Wakeman o tenha de sobra e seu talento musical, vai muito além da nossa imaginação. 

    Eu estou conjecturando a respeito deste assunto, pois é quase impossível conhecer ou pelo menos ter escutado uma única vez todos os álbuns de estúdio que ele produziu, pois mesmo eu que achava que tinha muitos, não passo de quarenta e cinco álbuns oficiais, fora os bootlegs que também não são poucos. 

    Entretanto eu não posso me qualificar a responder este questionamento com um grau de confiabilidade aceitável, uma vez que eu conheço apenas, menos da metade da obra de Rick Wakeman, todavia, o que eu posso afirmar é que dos álbuns que eu possuo e conheço, a grande maioria me agrada muito. 

    Rick Wakeman desde muito cedo, ganhou notoriedade, reconhecimento e prestígio, por ter sempre feito um trabalho original, sério, com uma carga de dedicação muito grande, o que o exime de qualquer possibilidade de ter produzido álbuns caça-níqueis, pois dinheiro nunca foi um grande problema para ele. 

    O bootleg, “Live At BBC”, que cobre a turnê do álbum, “No Earthly Connection”, foi o pretexto para se chegar até Rick Wakeman e poder tecer alguns comentários sobre este artista que é muito querido no meio artístico, por ser extremamente bem humorado, um grande gozador e principalmente um amigo para qualquer eventualidade, sendo sempre muito bem recebido por onde passa e quanto a seus fãs, o sentimento é o mesmo, pois ele realmente é muito querido por todos. 

    Rick Wakeman é uma figura iluminada não só por suas características pessoais como um homem comum, mas também por conta de sua sensibilidade, criatividade, talento e por sua destreza ao manusear seus incontáveis teclados, que estão sempre a seu dispor para encantar sua plateia. 

    O álbum “No Earthly Connection” foi um dos seus últimos trabalhos conceituais produzidos na década de setenta e por conta disto, carrega em seu DNA, conceitos e fundamentos musicais que em um futuro próximo iriam ser substituídos por uma nova ordem musical e de certo modo isto pode ser sutilmente percebido nos álbuns seguintes, “White Rock” e “Criminal Record”, sendo o primeiro uma trilha sonora de um documentário sobre jogos de inverno e o segundo, uma referência a fatos e pessoas do mundo do crime, mas é exatamente em “No Earthly Connection”, que eu tenho o sentimento do fim de uma era que jamais será esquecida.

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

    Musicians
    Rick Wakeman / keyboards
    Ashley Holt / vocals
    John Dunsterville / guitar
    Martyn Shields / trumpet
    Reg Brooks / trombone
    Tony Fernandez / drums

    Tracks:
    Disc One:

    1. Music Reincarnate-Part III, The Spaceman
    2. Catherine Howard
    3. Sir Lancelot And The Black Knight
    4. Arthur
    5. Music Reincanate-Part IV, The Realisation
    6. The Forest
    7. Catherine Parr
    8. Prisoner, The
    9. Merlin The Magician
    Disc Two:
    1. Recollection
    2. Music Reincanate-Part IV, The Realisation
    3. Sir Lancelot And The Black Knight
    4. Music Reincarnate-Part III, The Spaceman
    5. Catherine Parr
    6. The Prisoner
    7. Merlin The Magician



    8 de out. de 2013

    MARILLION - "German Script"- 1983

    O ano de 1983 foi fundamental para o Marillion, pois foi o ano de lançamento de seu primeiro álbum, “Script For A Jester Tear” e foi também o ano que apareceram na televisão pela primeira vez, entretanto, não decolaram com céu de brigadeiro e tiveram que driblar alguns problemas de percurso.

    Estavam com problemas em manter na banda, Mick Pointer, seu primeiro baterista, que a princípio foi substituído por Andy Ward (Camel), depois por John Martyr e depois por Jonathan Mover, que está presente neste bootleg, “German Script”, o que para mim foi uma surpresa, tendo em vista que em minha ignorância, eu imaginava a substituição direta por Ian Mosley e não essa "Via Crucis" passada pela banda.

    O Marillion como banda, tem uma história de vida interessante, pois inicialmente eram vistos apenas como pobres clones do que havia sido o Genesis, principalmente na “Era Gabriel”por razões óbvias, entretanto, em muito pouco tempo, além de representarem o resgate de uma época que havia sido engolida pela mediocridade musical que assolou fortemente a primeira metade dos anos oitenta, eram vistos por seus fãs como um importante pilar do rock progressivo, que contra tudo e contra todos, impunha a sua marca em momento totalmente contraditório.

    O fato é que o Marillion, logo em seguida, lançaria seu segundo álbum, “Fugazi” no início de 1984, tão grandioso quanto o primeiro, mais parecendo uma continuação, pois os temas em cada música continuavam tão ou mais dramáticos do que no primeiro álbum.

    A música “Assassing“, que prematuramente está presente neste bootleg, segundo uma entrevista dada por Fish naquela época, sua letra com versos bem desagradáveis, contava a história da demissão de Mick Pointer do grupo por Fish, o “Assassing” desta triste história, mas, no entanto, a motivação de Fish e de certa forma do restante do grupo, era a baixa performance nas apresentações.

    A rigor, quando li sobre esta entrevista, fiquei curioso e fui dar uma espiada na letra de “Assassing”, mas confesso que como ela está escrita em versos de linguagem figurada, fica um tanto difícil encontrar uma ligação direta com o fato gerado, dependendo então de uma boa dose de imaginação de nossa parte para fazer esta associação, mas o que importa é que inegavelmente, esta é uma das mais instigantes composições da banda. 

    Fazer um concerto no “Hammersmith Odeon” em Londres, além de uma honra para qualquer banda e um fortíssimo indício que a popularidade pode tomar rumos estratosféricos em direção ao Olimpo da Música e por conta disto padrões de qualidade nestes eventos era uma obrigação e como estavam “bombando” em todas as apresentações que por lá faziam, não estava nos planos da banda correr riscos desnecessários.

    O bootleg, “German Script”, além de todas as músicas do álbum, “Script For A Jester Tear”, trouxe também algumas “pérolas” que por conta das limitações da mídia da época, os LP’s, ficaram de fora do álbum de estúdio músicas como, The Boats Down From the Candy; Market Square Heroes; Charting the Single além já citada “Assassing” que ainda iria ser parte integrante do álbum “Fugazi”.

    Apresentações públicas para o Marillion, nunca foi um problema, pois Fish além de sua intrigante voz, tinha uma postura de palco invejável e se para alguns ele imitava as performances de Peter Gabriel, tanto melhor, pois soube escolher a fonte de inspiração perfeita, demonstrando que tinha bom gosto e coragem em fazê-lo.

    Por outro lado, independente do entra e sai de bateristas, guitarras, baixo e teclados que até hoje são uma referência em talento e performances sempre foram muito acima da média, então, como diria João Luiz Woerdenbag Filho, o “Lobão”, a “cozinha” era perfeita, portanto, “German Script” é um excelente convite para lembrar o início da carreira do maior ícone da segunda geração do rock progressivo. 

    PS: Falando em Lobão, quem ainda não leu o seu livro, “50 Anos a Mil”, Editora Nova Fronteira, faça-o, pois uma interessantíssima história de vida e luta pela música no Brasil é narrada de forma divertida e irreverente e com certeza sua opinião sobre este polêmico músico vai mudar.

    ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

    MARILLION
    Fish Vocals
    Steve Rothery Guitar
    Peter Trewavas –Bass
    Mark Kelly –Keyboards
    Jonathan Mover –Drums 

    Tracks:
    01. He Knows You Know
    02. Garden Party 
    03. Script for a Jester's Tear 
    04. Three Boats Down From the Candy 
    05. Assassing 
    06. Chelsea Monday 
    07. Forgotten Sons 
    08. Market Square Heroes 
    09. Charting the Single

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