17 de abr. de 2016

RICK WAKEMAN - "Starship Trooper” - 2016

CARACA!!!! Daqui para frente não é necessário ler mais nada, apenas escutar o álbum, mas como sou muito teimoso vou continuar escrevendo, pois quando a gente imagina que o cidadão está à beira da aposentadoria, já vestido com pijama listrado e o famoso chinelão de couro, ele nos brinda com um álbum cheio de boas surpresas e com convidados muito interessantes.

As surpresas vão desde algumas músicas que não conheço a autoria, mas são excelentes,  até a alguns covers  para lá de alucinados, pois passam por obras do The Who, Yes (quase um cover dele mesmo), Pink Floyd, The Doors, Supertramp e até o 10CC, reescritos sob a ótica de Rick Wakeman com resultados alarmantemente positivos no álbum de nome muito sugestivo, “Starship Trooper”, lançado no último dia 15 de abril deste mesmo ano. 

Rick Wakeman é um gênio por tudo o que já criou e executou, mas temos que reconhecer que ao longo de sua brilhante carreira, ele sempre esteve muito bem acompanhado de músicos de primeiríssima linha para poder dar vida a suas complexas criações desde os seus primórdios nos idos da década de setenta e agora não foi diferente.

Na linha de frente dos convidados temos Billy Sherwood, Tony Levin, Steve Hillage, Tony Kaye, Willian Shatner (o Capitão Kirk), Steve Howe, Carmine Appice, Jürgen Engler, Colin Moulding, Jerry Goodman, Nik Turner, Jimmy Haslip, Huw Lloyd-Langton, Mickey Thomas e para completar o time, o Nektar.

Tem música para tudo quanto é gosto, pois além de suas próprias composições que estão realmente muito interessantes, com ares setentistas em seus arranjos , ele de forma muito eclética, selecionou vários clássicos da música como, “Love Reign O'er Me” do The Who que se em sua origem já era genial, agora com um pequeno toque progressivo, ganhou mais alguns predicados, pois realmente nunca tinha imaginado escutá-la em uma versão instrumental sem a magnífica VOZ de Roger Daltrey, poderia ser tão linda quanto o seu original. 

Botar as mãos em uma música como “The Great Gig in the Sky” é uma temeridade equivalente a abrir a porta de um Boeing a 18.000 pés de altitude, pois a chance de acontecer uma catástrofe é muito grande, entretanto, estamos nos referindo a Rick Wakeman, e ele como sempre, com sua generosidade faz uma grande homenagem ao Pink Floyd, pois a música manteve o seu encanto agora pelas suas mãos e pelas mãos não menos generosas de Steve Howe, só aplaudindo de pé.

Continuando seu tributo ao Pink Floyd, agora com a música “Nobody Home”, veio a minha mente a imagem de Roger Waters a interpretando juntamente com Rick Wakeman, o que seria algo muitíssimo bem-vindo e inusitado, pois seria juntar duas forças de magnitude estratosférica da música em um único espaço, quase uma fusão nuclear musical. 

Interessante ouvir “Crime of the Century”, um Mega clássico do Supertramp, em um formato
mais sinfônico, diferente de seu original, criando uma nova atmosfera, provando que música boa, é ilimitada, que mexendo aqui e ali, ela se adapta, se recria e que pode atrair magicamente.

Uma bela homenagem a música pop do século passado, um clássico do 10CC, “I'm Not in Love” que tanto embalou os casais românticos, agora mais uma vez envolto em um cenário romântico que manteve o espírito da música, pode sem sombra de dúvidas embalar os casais deste novo século.

Nos últimos anos, não é incomum vê-lo executando “Starship Trooper” em suas apresentações, um Yes, música integrante do “Yes Album” que ele não participou, entretanto, como é um poço de generosidade, coloca a seu lado Tony Kaye que a época de seu lançamento era o tecladista oficial da banda para mais uma vez reviver este sonho de música e logicamente dar o seu toque mágico em “Wurm” onde é o momento em que Rick Wakeman claramente se diverte ao dedilhar seu teclados, pois cada vez que ele a executa, uma nova variação surge sobre o mesmo tema, mais uma vez provando que música boa, é metamórfica.


Não satisfeito, pega um Hiper clássico do rock, como “Light My Fire” do The Doors e o eleva a um outro plano musical completamente diferente de seu formato original, mas ela está lá, intrigante, magnética, agora totalmente sinfônica e a conclusão que chego é que mais uma vez a música venceu o tempo, os preconceitos, está acima do bem e do mal e não aceita desaforos se tiver origem, berço, pois a aura de encanto que a envolve permanece intacta.

Deixei propositadamente para o final, tecer alguns comentários sobre algumas músicas do álbum, uma vez que escutei pouco esse álbum e ainda não tenho uma opinião formada sobre elas, entretanto, não posso me furtar do direito de alertar sobre a música que abre este álbum, “Sober”, pois tinha muito tempo que não escutava algo parecido, tão rock progressivo, música de raiz, visceral, Space Rock e mais uma série de adjetivos que vão surgindo à mente a cada viajante audição.

No caso de Rick Wakeman, sou extremamente suspeito e parcial, portanto desconfiem de tudo o que disse e tirem suas próprias conclusões escutando esse álbum, que para mim provavelmente será o melhor de 2016 e se não for, será um prêmio para todos nós, pois para superá-lo o esforço vai ter que ser hercúleo e o resultado inesperado.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!


Tracks:
01. Sober (feat. Billy Sherwood & Jürgen Engler)
02. Are We to Believe? (feat. Steve Hillage, Billy Sherwood & Jürgen Engler)
03. Random Acts (feat. Jerry Goodman, Nik Turner, Jimmy Haslip, Billy Sherwood & Jürgen Engler)
04. Dynamics of Delirium (feat. Jürgen Engler)
05. Love Reign O’er Me (feat. Huw Lloyd-Langton & Carmine Appice)
06. Crime of the Century (feat. Tony Levin & Billy Sherwood)
07. The Great Gig in the Sky (feat. Steve Howe)
08. I’m Not in Love (feat. Nektar)
09. Starship Trooper (feat. Tony Kaye, Mickey Thomas & Billy Sherwood)
10. Check Point Karma (feat. Colin Moulding & Billy Sherwood)
11. Change (feat. William Shatner & Billy Sherwood)
12. Nobody Home (feat. Billy Sherwood)
13. Light My Fire (feat. Steve Howe & Jürgen Engler)

LINK


6 comentários:

  1. Graaaaande ProgGus!!
    Andei pesquisando sobre esse disco. O Rick Wakeman disse que, definitivamente, NÃO é um álbum DELE. Simplesmente porque são músicas de outros artistas em que ele participou como músico convidado. Todas as músicas fazem parte de álbuns diferentes, lançados pela Cleopatra Records. Essa gravadora simplesmente resolveu reunir as músicas onde o Wakeman tocou e lançou assim um "produto" com a "marca" desse incrível artista.
    Eu também não conheço todas as músicas dessa compilação; mas já tinha ouvido algumas dessas versões.
    A primeira, Sober, é a música que mais gosto de uma banda que gosto muito, que faz um tipo de prog metal alternativo, ou qualquer coisa parecida, chamada Tool. Sonzeira, a do Tool, o clip dela teve uma certa rotação na MTV na época, tanto a música quanto o clip são meio perturbadores - dá uma zoiada aqui:
    https://www.youtube.com/watch?v=hglVqACd1C8
    Ao escutar o álbum inteiro, tratando-o como a compilação que é, o saldo é positivo, há alguns aspectos negativos, mas como essa avaliação entra na esfera do gosto pessoal, prefiro me abster de tomar umas porradas virtuais... rsrsrsrs
    O Rick Wakeman toca muito, é óbvio, tocou no Yes na época áurea e tocou na maioria dos discos que mais gosto deles, mas, vamos combinar: sua discografia solo tem mais de 80 álbuns!!! Assim não dá pra manter o nível sempre alto e, cá entre nós, alguns desses discos são terrivelmente embaraçosos de tão ruins. É claro que temos ao menos 3 clássicos absolutos (pra encurtar - Journey, King Arthur e Henry VIII), que são tão, mas tão bons que até deixo pra lá tantos deslizes.
    Enfim, o que quero dizer é que mesmo não sendo um disco DO Rick Wakeman, é um ótimo disco, melhore que muitos discos oficiais DELE. rsrs
    Só pra finalizar: I'm Not In Love ficou quase Richard Clayderman, deusmelivre... rsrsrsrsrsrs
    Mega abraço!!
    Apareça lá no Plano Z, acho que tem umas paradas que você vai curtir.
    Valeu!

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    1. Velhão,

      Você tem um puta blog e só avisa agora (Plano Z).....????

      Já to fuçando tudo por lá e baixando várias pérolas que não conhecia......

      Lógico, já faz parte dos meus "Blogs Altamente Recomendados!!!!", pois são os blogs que eu costumo frequentar sempre que posso, para me atualizar e conhecer novos horizontes....

      Quanto ao nosso Rick Wakeman, eu sou muito suspeito, entretanto, reconheço que ele andou produzindo vários álbuns que são abaixo daquilo que ele pode fazer....

      Também acho que uma discografia muito extensa e um tanto quanto eclética, acaba por comprometer por vezes, a linearidade da obra......

      O que você confirmou, eu já imaginava, pois algumas músicas já apareceram em outros tributos, entretanto apareceram algumas inéditas para mim, aliás, muito boas, como a que você citou, "Sober" da banda Tool, que eu também não conheço......

      Além desta, "Love Reign O'er Me" do The Who, também apontada aqui, logo abaixo, pelo Ricardo, um velho amigo aqui do blog, ganhou um belíssimo arranjo, fazendo jus aos seus criadores..... Uma pintura....

      Você tem razão, I'n not in love, ficou um pouco bizarra, só que eu tinha pensado em Paul Mauriat, que eu até gosto, mas confesso que o excesso de romantismo aplicado, ficou um pouco fora do tom para este tipo de álbum......rsrsrs, como disse, sou suspeito para este músico.....

      No mais meu velho, vamos em frente.....

      Um forte Abraço,

      Gustavo

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  2. Fala Gustavo!
    Sem me atrever na esfera técnica, mas apenas como ouvinte, tenho uma franca e confessa predileção por trabalhos instrumentais, mas procuro não não ficar limitado a este estilo, pois entendo que é muito difícil um grupo ser reconhecido somente pela sua assinatura instrumental. A música que me chamou a atenção foi Love Reign O'er Me do álbum Quadrophenia do The Who. Resumindo, a performance desenvolvida neste álbum é uma homenagem.
    Abraços a todos e muito obrigado por mais esta!

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    1. Ricardo, meu velho....

      Que bom em tê-lo por aqui mais uma vez.....

      Sim, sem sombra de dúvidas, Love Reign O'er Me é uma merecida e grande homenagem ao The who.... O nível de detalhes que a música original tem, não são poucos e agora em versão instrumental alguns mais foram adicionados.... Sensacional.....

      O saldo deste álbum é muito positivo, apesar de alguns poucos tropeços.......


      Um forte abraço,


      Gustavo

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  3. Falaê, doido, beleza?
    Em outubro do ano passado eu deixei uma mensagem por aqui, na época em que retornei com o blog (Plano Z) - acho que foi numa postagem sobre os Beatles, se não me engano. Te convidei pra passar por lá, mas como não vi nenhum comentário seu, até agora, achei que você não tinha curtido o blog... rsrsrsrsrsrs
    Aquele abraço!

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    1. Velhão, deve ser o avanço do meu Alzheimer.... não liga.....

      Estou curtindo pra caralho o seu o blog.....

      Só tem pérolas por lá e o melhor, a grande maioria são de bandas que eu não conheço.......

      Como eu sigo uma linha mais tradicional e um tanto muquirana, giro muito em torno de bandas mais conhecidas, como o Yes, ELP, Genesis, Pink Floyd e cia.....

      Logo na sua última postagem com o Cathedral, álbum "Stained Glass Stories", fiz o donwload do álbum, pois já tinha visto a capa desse álbum na Galeria do Rock em Sampa e tinha muita curiosidade em saber como era a música...

      Gostei muito do álbum, e com isso a gente vai acumulando novas experiências musicais, saindo do tradicional.....

      Ainda vou te pentelhar muito por lá.....

      Um forte abraço

      Gustavo





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