1 de ago. de 2015

ROCKIN' 1000 - "Learn To Fly" - 2015


Um fenômeno!!!! Quando algumas pessoas (mais de mil) são colocadas lado a lado para tocar uma música, com dezenas de baterias, guitarras, baixos e um povão que canta muito bem, apenas para pedir que uma banda de rock faça um show em seu país, algo de muito louco está acontecendo e essa banda deve ser no mínimo muito boa e carismática.

Em vinte e quatro horas, pasmem, o vídeo já havia recebido mais de quatro milhões de acessos e não foi por acaso, pois apesar da simplicidade da produção, o vídeo é sensacional, a música melhor ainda e acredito que este evento seja inédito e tomara que sirva de inspiração para outras iniciativas como esta.


A banda, “The Foo Fighters” é o centro das atenções e música não menos sensacional é a “Learn to Fly” que executada da forma que foi, se já era muito boa em seu formato original, que me desculpem seus criadores, ficou ainda muito melhor neste tributo, pois foi carregada de muita emoção e criatividade coletiva jamais vista, pois não eram quatro ou cinco pessoas em cena, eram mais de mil, se levarmos em conta os demais envolvidos.

A música por si só, é suficientemente competente para levantar defunto no caixão e faze-lo dançar e pular feito um louco, pois é muito contagiante e até um velho dinossauro do rock como eu, me rendi ao seu encanto hipnótico.


Quando me deparo com uma situação como esta, meu instinto musical me força a compreender algo sobre a banda, seus músicos e porque não sobre a sua música, uma vez que o formato das músicas desta banda não é o que normalmente eu escuto e quando isso acontece, é uma coisa muito boa, pois é mais uma oportunidade de aprender, conhecer novos horizontes musicais e estar acompanhando os movimentos musicais atuais bem de perto.

Meu medo inicial é que só esta música fosse muito legal, mas para minha gratíssima surpresa, há muito mais a ser escutado, e vejam vocês que eu só dei uma rápida escutada em uns dois álbuns para eu tirar este temor que pairava sabre meus pensamentos em relação à banda.


Um dos álbuns que escutei, foi lançado em 2011 e se chama, “Medium Rare”, só de covers, é bem eclético, pois passa por nomes como Paul MacCartney, Gerry Rafferty, Gary Numan e até o Pink Floyd, mostrando muita personalidade e ousadia com versões onde claramente se nota que estão assinadas com o DNA do “The Foo Fighters” que não esconde suas batidas grunge e que poderão ser conferidas acessando o link abaixo.

E não é para menos, afinal de contas Dave Grohl, carrega em sua bagagem, uma temporada de quatro anos com o Nirvana, um dos ícones do movimento Grunge, portanto não é de se admirar tal fato, entretanto sabiamente soube dosar seu aprendizado dando uma caraterística própria às suas composições. 


Voltando a “Learn To Fly” eu definitivamente assino meu atestado de incompetente, pois trata-se de uma música gravada em 1999, constante do álbum, “There Is Nothing Left to Lose”, ou seja, bem velhinha e o velhinho aqui nem conhecia, mas o curioso é que a música soa tão atual, e com aquele bando de músicos (todos loucos, no bom sentido), tocando com um vigor invejável, esbanjando juventude e tudo mais, prova que música não tem idade, é totalmente atemporal e quando tem qualidade, vence qualquer barreira, qualquer preconceito.

A motivação principal para esta resenha vai muito além da música ser muito legal, o "The Foo Fighters” ser uma puta banda da atualidade ou mesmo do vídeo ter ficado incrivelmente sensacional, mas o que mais me motivou a escrever foi o meu preconceito com este tipo de banda, que tem muito a contribuir para a música e para a cultura em geral, servindo para mim e outros como um alerta, que é necessário estarmos mais atentos, com a mente aberta para novas experiências e tendências musicais.


Não é a primeira vez que isso acontece e acredito que esta resistência natural a novos rumos seja uma característica dos nascidos dos anos sessenta e que viveram intensamente os anos setenta, assistindo de camarote o surgimento de bandas, como o Yes, Iron Maiden, ELP, Deep Purple, Led Zeppelin, Genesis, Jethro Tull, PFM, Rush e dezenas de outras mega bandas, que até hoje são influência para novos grupos, portanto quando há comparação, que em geral é equivocada, do passado contra o presente, as injustiças vem há tona, pois são momentos completamente diferentes. 

Finalizando, para quem já é familiarizado com o “The Foo Fighters” fica mais uma oportunidade de reencontro com a banda e para quem nunca tinha se dado conta dela como eu, fica uma grande oportunidade de aprendizado, conhecimento e reconhecimento do talento destes músicos.

Fabio Zaffagnini
NOTA: Nada acontece por acaso e sempre há uma cabeça pensante para que um evento como este aconteça, portanto não mencionar o nome do gênio que teve esta ideia e a materializou de forma brilhante, seria no mínimo um erro muito grave, portanto, Fabio Zaffagnini é o responsável por toda esta loucura que segundo a mídia internacional, deu certo o evento e o "The Foo Fighter" vai se apresentar na Itália, mais precisamente na cidade de Cesena em data a ser confirmada.  

SENSACIONAL!!!!




4 comentários:

  1. Carissississississíssimo Gustavo!
    Seu texto me provocou muitas divagações...
    Antes de tudo, fiquei feliz em você expor, sem medo ou mágoa, o seu "preconceito"; nem todo mundo tem a coragem de expor seus "defeitos", e só isso já seria digno de nota. Ao mesmo tempo, você manteve a cabeça e os ouvidos abertos a algo que, inevitavelmente e afortunadamente, tem extremo valor, mesmo que esteja fora do que você chama de sua "zona de conforto". Afinal, caro amigo, o Foo Fighters não é, definitivamente, daqueles grupos que fazem sucesso por ser moda ou por ter uns rostinhos bonitos - os caras realmente são muito bons!! Aliás, aventure-se pela discografias deles, que é altamente recomendável; meus preferidos são The Colour & The Shape, There's Nothing Left to Lose e Wasting Light.
    Pois é, preconceitos estão aí que nem o Muro de Berlim, prontos para serem derrubados em nome da felicidade.
    Outras questões...
    Não sei sua idade, mas você se referiu como "um velho dinossauro do rock", mas não acredito que seja assim tão velho. Pode até ter idade avançada (rsrsrs), mas quem gosta tanto de boa música jamais será um "velho", já dinossauro tudo bem... rsrsrrsrsrsrs
    Eu também não sou mais tão jovem... Mas tenho idade suficiente para lembrar dos ideias que moldaram a personalidade e caráter de todas as gerações posteriores; me refiro ao "movimento hippie" onde uma das ideias centrais era a abolição de todo e qualquer preconceito, justificando o amor livre e irrestrito ao ser humano e todo o seu potencial. Esse ideal foi fundamental para a música e toda a arte daquela época, meados dos anos 60, e sua subsequente evolução e revolução. Foi a vontade de se livrar das amarras, de explorar o novo e o desconhecido que deu origem ao rock psicodélico e seu primo/irmão, o rock progressivo.
    Acho que a principal lição do rock progressivo é justamente essa: livre-se do preconceito. Infelizmente, nem todos aprenderam essa lição, porque em toda a minha vida conheci trocentos fãs de prog e não faltaram extremistas para azedar o caldo... Isso é mais o chato, pessoas que tomam pra si algo que consideram "o melhor e mais certo" e renegam todo o resto, como se a verdade fosse uma monótona e inescapável via única. Isso sempre me soou extremamente fascista...
    Eu não vejo problemas em ter na minha coleção musical artistas de gêneros tão diversos como Beatles, Yes, Jovem Guarda, Chico Buarque, Björk, Chemical Brothers, Pink Floyd, The Clash, Ramones, Almir Sater, Fela Kuti, Sepultura entre tantos outros, lado a lado; o que conta é a qualidade intrínseca da música, de ela conseguir falar a algo dentro de nós e despertar nossas emoções, independente de qualquer rótulo.

    A originalíssima ideia dos italianos e algo a ser celebrado. Para mim, deveria se tornar um exemplo e inspiração para futuras manifestações, seja lá em prol de qual ideal, onde reine a criatividade, a união e a felicidade.

    Excelente postagem!
    Grande abraço!!

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    1. Maddy Lee....., meu velho,

      Muitíssimo obrigado por suas palavras.......

      Não é primeira vez que eu faço um mea-culpa aqui no blog, pois de vez em quando eu tomo umas porradas como a do vídeo do “Rockin’ 1000” e aí, lembro que sou apenas um escutador de disco e que preciso vez por outra, trocar de disco no pick-up......

      O grande problema do preconceito é que a gente (no caso eu), fica “cego, surdo e paralítico” e neste meio tempo, a alienação cultural evolui de forma acelerada e brutal e na sequência, vem aquela sensação de “naftalina” no armário, um mal-estar danado, pois o tempo passa e consequentemente se perde a oportunidade de viver o momento dentro de seu próprio tempo e neste caso eu estou atrasado quase duas décadas.....

      Quando eu vi e escutei o vídeo pela primeira vez, mesmo sem conhecer a música, saber suas origens e tudo mais, soou tão familiar, tão próxima e ao mesmo tempo eu pensei, “que porra de música é essa, que “EU” não conheço???”, e neste momento, caiu a ficha que mais uma vez eu cometia o erro de ignorar uma nova tendência musical, a banda, seus músicos, como você bem disse todos muitos bons e principalmente a história da banda e o legado que vai se acumulando ao longo de vinte anos de estúdios e palco.......

      Quanto ao “Velho Dinossauro do Rock”, eu explico: é pelo gosto exacerbado pelo Rock Progressivo e afins...., pois às vezes eu mesmo não consigo acreditar que eu escuto as mesmas músicas a décadas, achando a maior maravilha do mundo e não ficando enjoado........, pois a idade até que não é muito grande, apenas 54 anos...... rsrsrs

      Eu levei muito tempo para entender a música dos anos oitenta e não foram poucas as vezes em que eu meti o pau nos movimentos musicais oitentistas por total ignorância e simples preconceito do que se apresentava naquele momento, só que eu curtia pra cacete, mas inconscientemente não queria dar o braço a torcer, entretanto, fiz um “mea-culpa” em abril de 2013 que rendeu nada menos que 109 comentários com tudo o que tem direito, com opiniões diversas, muita confusão, brigas e tudo mais......

      Se você ainda não leu, vale a pena dar uma conferida, pois melhor que a resenha, foram os comentários que estão disponíveis neste link: http://www.7062khz.blogspot.com.br/2013/04/v-80s-in-concert-2011.html

      No mais velho, valeu por sua participação e comentários que são sempre muito bem-vindos, portanto, vamos em frente, é vida que segue......

      Um forte abraço,
      Gustavo










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  2. Pois é, como dizem: vivendo e aprendendo.
    Eu também sou um dinossauro, tá jurássico quanto você, afinal temos a mesma idade! E também sou mega fã de progressivo, mas nunca deixei de lado as novidades e tantos outros gêneros. Por conta desse meu gosto tão eclético acabei passando por algumas situações esquisitas na minha vida, coisa do tipo:
    entre os "metaleiros" eu era chamado de hippie
    entre os hippies era chamado de punk
    entre os punks de progressista
    ente os progressistas de erudito
    entre os eruditos eu era o roqueiro
    e por aí vai...
    Hoje em dia vejo essas "tribos" cada vez mais diluídas, é só pegar qualquer playlist de qualquer moleque de hoje em dia que podemos ver de absolutamente tudo. Green Day, Muse, Valesca Popozuda, Hino do Flamengo, Paralmas do Sucesso, Beethoven... Vai entender... rsrsrsdrs

    Agora vou lá ver a sua postagem dos anos 80 e tentar ler os 109 (uau!!!!!) comentários.

    Abração!

    PS: "cego, surdo e paralítico" é totalmente excelente!!! rsrsrsrsrsrs

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    1. É isso ai.....

      Já passei por situações similares, mas no fundo é muito legal, pois confunde todo mundo, mas no final prevalece o bom senso, que é a própria música....

      O playlist desta atual geração é bem assim, escutam de tudo ao mesmo tempo.... é muito engraçado.....

      Meus três filhos são metaleiros convictos e fogem um pouco deste perfil de certo modo por minha culpa, pois além do Rock Progressivo e sempre fui muito fã especificamente do Iron Maiden e eles acabaram por ser influenciados, mas não abrem mão de vez por outra de escutar o Yes e Marillion da era Fish....

      Até eu fui dar uma espiada na postagem dos anos 80 só para matar as saudades.....

      Abração,

      Gustavo

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